Centrais debatem novo salário mínimo; CUT propõe R$ 420

Por André Cintra
As centrais sindicais se reúnem na manhã desta quinta-feira (9/11) para planejar a 3ª Marcha do Salário Mínimo. O encontro ocorre na sede da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), em São Paulo (SP). Também serão debatidas a correç

Além da CGT, participam do encontro CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, SDS (Social Democracia Sindical), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) e CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores).


 


A exemplo do que fizeram em 2004 e 2005, as centrais buscam uma proposta comum até a Marcha do Salário Mínimo – prevista para a primeira quinzena de dezembro, em Brasília (DF).


 


Maior central do Brasil, a CUT propõe que o mínimo vá dos atuais R$ 350 para R$ 420. Esse reajuste – de 20% – leva em conta dois fatores: a inflação acumulada no período e um ganho real de aproximadamente 17%. A princípio, o governo federal pensa em elevar o valor para R$ 375.


 


Discussões
Wagner Gomes, vice-presidente da CUT, acredita que a marcha em Brasília é um teste para a central. “Será a demonstração inicial de como se comportará a CUT – que apoiou decididamente, desde o primeiro momento, a reeleição do presidente Lula – perante o novo momento político”, escreveu Wagner, em artigo para o Portal do Mundo do Trabalho.


 


Segundo o sindicalista, “é obrigação dos movimentos sociais cobrarem do próximo governo o cumprimento dos compromissos eleitorais assumidos”. “A CUT deve tomar a linha de frente – desta vez sem o receio de desgastar o governo e fazer coro com a direita -, e cobrar uma guinada pró-desenvolvimento no próximo período”.


 


Nesta quarta-feira (8), a Comissão Especial Mista do Salário Mínimo aprovou um proposta de R$ 400 a partir de 2007. Segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), relator da comissão, não haverá constrangimentos com o Planalto.


 


“Devemos lembrar que, no ano passado, a proposta orçamentária chegou aqui no Congresso com a previsão de um salário mínimo de R$ 320 e saiu com R$ 350 – aumentou em R$ 30”, diz Paim. “Tudo depende de vontade política do Congresso e do governo e também do movimento sindical”.