Cuba x EUA: Os efeitos sociais do bloqueio – parte 2

Assim como nos setores de educação, saúde e alimentação, outras áreas de grande importância para a sociedade cubana vêm sendo diretamente afetadas pelo bloqueio norte-americano. Somente o setor de transportes sofreu prejuízos da ordem de US$ 174 milhões d

Os setores de Esporte e Turismo se enquadram nessa definição em que qualquer tipo de cálculos dos prejuízos sofridos é inviável. Durante os últimos dois anos, o bloqueio manteve seu impacto principalmente nas despesas ligadas às compras de artigos esportivos e matérias-primas necessárias à indústria esportiva cubana.



O bloqueio acaba se estendendo também à medicina esportiva cubana. Em algumas ocasiões, segundo informações do Consulado de Cuba, foi necessário não utilizar alguns equipamentos de custo elevado a alguns laboratórios, em virtude de adquirir peças para manutenção ou até mesmo atualização tecnológica.



Até mesmo a quantidade de bolas compradas para as escolas cubanas foi afetada. Nos últimos dois anos, foram gastos US$ 8,966 milhões na importação de outros países. Se a compra fosse feita no mercado norte-americano, o custo teria sido aproximadamente quatro vezes menor.



Na área da cultura, o intercâmbio entre Cuba e Estados Unidos está sensivelmente limitado, principalmente a distribuição e a comercialização de determinador produtos culturais em território norte-americano.



A área de direitos autorais também tem se deparado com sérios problemas. Em virtude do bloqueio, diversas editoras se vêem impossibilitadas de efetuar o pagamento a escritores cubanos. A comercialização da literatura do país, em geral, também foi afetada, pois em diversas feiras internacionais foi proibida a importação de livros cubanos.



Transportes
O ramo dos transportes continua seriamente afetado pelo bloqueio, de modo a refletir especialmente no desenvolvimento econômico da população e em sua qualidade de vida.



O setor ferroviário da Ilha é emblemático. Há tempos o governo tem planos de reformular seu parque de locomotivas, mas a manutenção e reparação das máquinas requer diversos componentes norte-americanos.



Cuba também não tem conseguido alugar embarcações, devido à pressão realizada pelo governo norte-americano sobre as locadoras. Dessa forma, o governo cubano se viu obrigado a pagar por fretes elevadíssimos, num cenário com poucas opções disponíveis para se obter um preço mais favorável.



Turismo
Com grande parte de sua população trabalhando no setor do turismo, obviamente qualquer afetação nesse setor atinge em cheio a economia de Cuba. Com o bloqueio, foram criadas imensas dificuldades para que cidadãos norte-americanos visitem a Ilha, apesar de sua proximidade geográfica com os EUA.



Somente nos dois últimos anos, calcula-se que US$ 1,2 milhão deixaram de entrar no país, pois parte dos turistas norte-americano preferiram não se chocar com seu Departamento de Estado e foram passear em outras praias caribenhas.



Outro problema que afeta o setor é a necessidade da importação de certos produtos de alta qualidade, necessários para atender a demanda dos turistas que visitam Cuba. Com o bloqueio, a compra de certos itens acaba se tornando muito mais onerosa.



A limitação imposta a alguns setores em Cuba, como o Esporte e a Cultura, acaba trazendo prejuízos significativos para os EUA também, como já foi visto na terceira reportagem desta série. O texto de amanhã irá detalhar de que modo os cidadãos cubanos e norte-americanos são diretamente afetados nesses setores e também na troca de intercâmbios científicos e tecnológicos.



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