Eleição na Nicarágua é marcada por tranqüilidade

A normalidade e uma elevada participação caracterizaram o desenvolvimento das eleições presidenciais e legislativas na Nicarágua neste domingo. A maior dúvidaé se o candidato sandinista, Daniel Ortega, obterá votos suficientes para ser eleito presidente n

As principais missões de observação eleitoral coincidiram em destacar a normalidade do dia, com pequenas incidências técnicas que não influenciarão na transparência do processo eleitoral.


 


O chefe da missão do Centro Carter, o boliviano Jaime Aparicio, afirmou que “as eleições estão transcorrendo com normalidade, até exemplarmente, com pequenas incidências de caráter técnico”. “O próprio Jimmy Carter (ex-presidente dos Estados Unidos e fundador do Centro Carter) expressou sua plena satisfação com o transcurso do dia”, disse Aparicio, ex-vice-chanceler e ex-embaixador da Bolívia em Washington.


 


O chefe da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), o boliviano Gustavo Fernández, destacou a normalidade com a qual transcorreram as votações. “O clima da campanha foi tranqüilo e não há razão para pensar que isto mudará hoje”, garantiu em entrevista coletiva Fernández, ex-chanceler e ex-ministro da Presidência da Bolívia.


 


Fernández falou sobre a presença em massa da população nas urnas registrada pelos observadores da OEA e afirmou que “a Nicarágua tem uma tradição de alta participação nas eleições e, aparentemente, isso se repetirá agora”. “A maioria das zonas eleitorais abriu entre 6h e 7h da manhã”, como estava previsto, acrescentou.


 


“Só 1% das zonas não conseguiu abrir antes das 9h da manhã”, disse o ex-ministro boliviano, que explicou que isso se deve “ao cuidado com que o material eleitoral foi revisado”. Fernández explicou que a OEA posicionou 200 observadores em todo o território nicaragüense e que “esta é uma das maiores missões” do organismo.


 


Os cinco candidatos à Presidência votaram no começo do dia, quando 3.665.141 nicaragüenses foram convocados para escolher seu presidente, seu vice-presidente, 90 deputados do Parlamento Nacional e 20 do Parlamento Centro-Americano.


 


O candidato da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o ex-presidente Daniel Ortega, declarou à imprensa, logo após votar, que confia em sua vitória no primeiro turno. O ex-governante (1985-1990) é o grande favorito, segundo todas as pesquisas, embora não tenha a margem necessária para evitar um segundo turno.


 


Segundo a Lei Eleitoral nicaragüense, para se proclamar presidente no primeiro turno o candidato vencedor precisa ter 40% dos votos válidos ou 35% deles, com uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre o segundo candidato mais votado.


 


Nestas eleições, os partidos de direita e claramente de oposição a Ortega ficaram divididos, mas seguramente reunirão forças caso ocorra um segundo turno, para tentar evitar uma vitória da FSLN.


 


Eduardo Montealegre, da Aliança Liberal Nicaragüense (ALN) – que está em segundo lugar nas pesquisas -, disse, após votar, que estava “satisfeito com o comportamento e o espírito cívico com que seus compatriotas participaram da disputa política”.


 


Também votaram José Rizo, candidato do Partido Liberal Constitucionalista (PLC); Edmundo Jarquín, do Movimento Renovador Sandinista (MRS), e o ex-guerrilheiro Edén Pastora, mais conhecido como “Comandante Zero”, da Alternativa pela Mudança (AC).


 


As eleições começaram às 7h (12h de Brasília) com a abertura dos centros de votação, cujo fechamento está previsto para as 18h (22h de Brasília).