Gastos públicos no Brasil estão entre os menores da AL

Os gastos públicos na América Latina cresceram 7,4% em 2005, revela o documento Panorama Econômico Regional, divulgado ontem (2) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Brasil está entre os países cujas despesas cresceram menos. Enquanto na Venezuela o aumento foi de 22,9% e na Argentina, de 14,4%, no Brasil ficou em 6,6%. No Chile o crescimento foi de 5,9% e no México, de 3,9%.


 


Para este ano, a previsão é de que os gastos públicos cresçam 7,3% na média dos países da América Latina, contra crescimento de 5% do Brasil.


 


Ainda que esse aumento aconteça, segundo o documento, no “período trienal de expansão mais importante desde a década de 70”, o Fundo adverte que há necessidade de os países economizarem ou sanarem as suas dívidas.


 



“A política fiscal está adquirindo uma orientação expansiva na maioria dos países, precisamente quando o rápido crescimento econômico brinda a oportunidade de diminuir com maior prontidão as vulnerabilidades que criam o elevado endividamento”, diz o texto.


 


O documento prevê crescimento econômico na região de 4,75% em 2006 e de 4,25% em 2007. No Brasil, o desempenho será mais fraco, de 3,2% este ano e de 4% no próximo.  


 


O Fundo cita o programa Bolsa Família como exemplo de diminuição das disparidades sociais. Segundo o texto, esse programa vai atingir 11,2 milhões de famílias em 2006, contra 8,7 milhões em 2005 e 6,7 milhões em 2004.


 


“Esses e outros programas de assistência social são consideravelmente promissores como ferramentas para redução de pobreza”, diz o relatório.


 


Essa tendência se repete na média dos países latino-americanos. De acordo com o documento, “a proporção da população da região que vive na pobreza caiu ao redor de 44% em 2003 para pouco mais de 40% em 2005. No mesmo período, a extrema pobreza baixou de 19% para 17%”. No Brasil, a pobreza retrocedeu de 28% em 2003 para 23% em 2005.


 


O documento do FMI afirma que a experiência bem-sucedida se baseia em “um sistema que combina a assistência social com oportunidades de receber educação e capacitação”. E destaca ainda o crescimento do emprego e a diminuição em 10% do mercado informal na região.