Petrobras terá retorno de 15% na Bolívia com novo contrato

A Petrobras terá uma rentabilidade média futura acima de 15% sobre a sua atividade de exploração e produção de gás natural na Bolívia, informou o presidente da estatal brasileira, José Sérgio Gabrielli.

Para Grabrielli, também falou da rentabilidade anual da operação. “A rentabilidade é bastante atraente ao final do contrato porque a maior parte dos investimentos já foram amortizados, e os (investimentos) adicionais daqui para frente são pequenos”, disse ele para explicar o novo contrato assinado sábado com o país vizinho, com validade de 30 anos. No novo contrato, segundo Gabrielli, o único compromisso de investimentos nos campos de San Alberto e San Antonio – os maiores do país – se refere à manutenção da produção, que vai garantir a venda de 30 milhões de metros cúbicos anuais para o Brasil.



Além disso, a Petrobras fará projetos de sísmica nos blocos de Rio Hondo, Ingre e Irenda. “Não há nenhum número de investimentos no contrato”, ressaltou Gabrielli. Segundo ele, investimentos além dos acordados dependem da estabilização do marco regulatório do setor, “o que poderá vir com a aprovação dos contratos pelo Congresso boliviano”, destacou. “Mas não firmamos nenhum compromisso de investimento”, disse. Para se adequar à lei de nacionalização do setor de petróleo e gás, a Petrobras e demais empresas estrangeiras que atuam na Bolívia assinaram acordos diferenciados com o governo.



No caso da Petrobras, segundo Gabrielli, o resultado do acordo foi bom para as duas partes após intensa negociação. “Embora o faturamento caia, teremos rentabilidade para pagar nossos custos, não teremos prejuízo…o acordo garante a presença da Petrobras na Bolívia e garante o contrato GSA (de venda de gás boliviano para o Brasil)”, afirmou. A Petrobras Bolívia faturou US$ 1 bilhão em 2005, sendo US$ 250 milhões em exploração e produção. Ele afirmou que a Bolívia flexibilizou parte dos impostos que teriam que ser pagos para atingir um total de 82% da produção da empresa no país. Pelo novo contrato, a parte fixa referente a impostos é de 50 por cento sobre a produção dos dois campos (San Alberto e San Antonio), e uma parte variável de 50% pagará os custos da empresa na produção restando um saldo final.



Investimentos



O saldo será dividido entre Petrobras e YPFB levando em conta variáveis de produção, investimentos e amortização. “Hoje, levando em conta toda a história de vida útil do projeto, a Petrobras está ganhando em relação à Bolívia”, declarou Gabrielli.  Sobre a indenização de refinarias que a Petrobras possuía na Bolívia e foram nacionalizadas pelo governo de Evo Morales, Gabrielli informou que a YPFB está contratando avaliação dos ativos e não há prazo para concluir os estudos. Ele não descartou também a possibilidade de a Petrobras se tornar minoritária nas refinarias, as únicas duas da Bolívia, “desde que haja condição de operação. Se não tiver, saímos 100% das refinarias”, disse Gabrielli.



A Bolívia tem garantidos US$ 3,514 bilhões em novos investimentos no setor de energia para os próximos quatro anos por meio de contratos assinados com operadores estrangeiros ao longo da semana, disse o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas. Villegas também informou que, com os novos contratos – que foram assinados como parte da nacionalização do petróleo e gás decretada em maio deste ano e inclui entre as operadoras a Petrobras -, o governo da Bolívia terá em média, nos próximos 30 anos, 70% das receitas provenientes das operações com energia no país.


 



Com agências