Mandela é premiado por luta por direitos humanos

A ONG Anistia Internacional (AI) concedeu nesta quarta-feira (1/11) em Johannesburgo (África do Sul) o prêmio Embaixador de Consciência 2006 ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela (1994-99). O prêmio é outorgado em reconhecimento à liderança individ

“Mandela simboliza tudo aquilo que é promissor e idealista na vida pública, mais do que qualquer outra pessoa viva”, disse o porta-voz da AI, Bill Shipsey. “Ele, através de sua luta e vitória contra o apartheid, demonstrou ao mundo que nenhum problema é impossível de ser resolvido, nem mesmo a Aids”, acrescentou.


 


Segundo o porta-voz da AI, Mandela não apenas liderou o povo sul-africano, mas também renovou as esperanças do mundo inteiro.


 


“Hoje em dia, o mundo precisa urgentemente do tipo de liderança iluminado exemplificado na vida e obra de Mandela”, afirmou Shipsey.


 


Nelson Mandela é a quarta personalidade mundial a receber o prêmio Embaixador de Consciência, adotado pela AI em 2003.


 


Os outros premiados foram o grupo irlandês U2, o poeta e ex-presidente conservador tcheco Vaclav Havel (1989-2003) e a antiga Alta Comissária das Nações Unidas para os direitos humanos Mary Robinson.


 


O prêmio foi entregue a Mandela pela Nobel de literatura Nadine Gordimer, também sul-africana, que elogiou o ex-presidente por sua disposição em viver e morrer pelos oprimidos e excluídos.


 


Mandela, que em 1993 recebeu com o ex-presidente Frederik Willem de Klerk (1989-1994) o Nobel da Paz por sua contribuição à pacificação sul-africana, disse ter lutado pelos direitos humanos durante muitos anos, e que o prêmio da AI é “um passo a mais na luta contra as injustiças no mundo todo”.


 


“Anunciei meu afastamento da vida pública, mas nenhum de nós pode descansar plenamente com tanta injustiça e desigualdade no mundo”, afirmou.


 


Mandela falou ainda sobre sua luta contra a escravidão, a segregação racial, os abusos contra as mulheres, a pobreza e outras formas de injustiça, e disse ter esperanças de que “algum dia, o mundo possa viver em harmonia”.