Já começou a disputa pela Presidência da Câmara e do Senado

Passadas as eleições presidenciais e estaduais, as atenções se voltam para a escolha dos dirigentes da Câmara e do Senado. Com a maior bancada na Câmara – 89 deputados eleitos, o PMDB reivindica o direito de indicar o presidente das duas Casas. Os depu

Fontes ligadas ao deputado analisam que ele possui o perfil mais desejado para o cargo – boas relações com os deputados e o trabalho que vem fazendo como Presidente da Casa, conseguindo superar a grave crise política, recuperando a credibilidade da instituição.


O fato de pertencer ao PCdoB – partido que não conseguiu superar a cláusula de barreira – não é impeditivo, já que a exigência é para o funcionamento de bancada. ''Para a Presidência é livre a escolha de qualquer deputado, o requisito é ser eleito pela maioria dos deputado'', dizem os advogados na interpretação da lei, acrescentando que ''está assegurado o lançamento de qualquer parlamentar ao cargo''.


 


Outro fator que pode contribuir para a recondução de Aldo para a Presidência da Câmara é o fato do presidente do Senado, o peemedebista Renan Calheiros (AL), desejar também a sua reeleição.


 


A pretensão do PMDB em presidir as duas Casas encontra resistência no governo, nos aliados e até na oposição. Com isso, Renan trabalha na perspectiva de disputar o cargo no Senado, abrindo espaço para um nome fora do seu Partido para a Presidência da Câmara.


 


Escolha difícil


 


A saída do PMDB da disputa não facilita a escolha de Aldo. O PT já vislumbra o cargo. O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), é o nome mais citado.


 


Pelas regras das duas Casas, o tamanho das bancadas serve de referência para ocupação dos cargos de direção e as principais funções das comissões. No senado, PFl e PMDB tem o memso número de eleitos – 18 cada um -, mas Renan Calheiros já dá como certo o crescimento da bancada do PMDB em breve. No PMDB, Calheiros não tem adversários, mas a oposição não descartou a possibilidade de entrar na disputa pelo cargo.


 


Nome neutro


 


Enfraquecida com o resultado das urnas, a oposição quer dificultar a escolha de um governista para a presidência da Câmara. Nos bastidores, líderes de PSDB, PFL e PPS, contrários ao pacto de governabilidade proposto pelo Presidente Lula, cogitam respaldar um nome ''neutro'' do PMDB ou apoiar Fernando Gabeira (PV-RJ).


 


Um líder do PFL afirma que a escolha de Jader ou Geddel ampliaria a ala governista do PMDB. O PSDB e o PFL ainda vão avaliar o quadro político e, se houver chance, poderão tentar o cargo. Nesse caso, até agora, os nomes mais citados são os dos senadores Marco Maciel (PFL-PE), considerado um político equilibrado tanto pelo governo quanto pela oposição, e do líder do PFL, senador Agripino Maia (PFL-RN).


 


A opção Maciel tem sido interpretada como uma forma de estabelecer um bom diálogo com a oposição e, ao mesmo tempo, rachar o PFL neutralizando o grupo do senador Antonio Carlos Magalhães e a ala de oposição mais radical ao Planalto. Resta saber se Renan Calheiros aceitará participar desse acordo e qual será a sua fatia de poder.


 


De Brasília
Márcia Xavier
Com agências