Eleição no Congo é marcada por distúrbios e fortes chuvas

Milhões de eleitores participaram ontem (29/10) da escolha do novo presidente da República Democrática do Congo (RDC), em um dia marcado por uma forte chuva na capital Kinshasa e por alguns distúrbios em um centro de votação que terminou com uma pessoa mo

Cerca de 25 milhões de eleitores foram convocados para participar do segundo turno das eleições presidenciais, quando puderam escolher entre o atual presidente, Joseph Kabila, de 35 anos, e o vice-presidente Jean-Pierre Bemba, de 44. No primeiro turno, em 30 de julho, Kabila obteve 44,81% dos votos, contra 20,03% de Bemba.


 


Em princípio, as pesquisas prévias apontam para a vitória de Kabila, que chegou ao poder em 26 de janeiro de 2001, após o assassinato de seu pai, Laurent Kabila, que três anos antes havia derrubado o ditador Mobutu Sese Seko.


 


Em uma avaliação que feita durante o dia, o presidente da Comissão Eleitoral, Apollinaire Malu Malu, lamentou a forte chuva na capital, o que diminuiu o comparecimento dos eleitores.


 


Malu Malu também comentou o incidente registrado em um centro de votação do povoado de Lisala, no norte do país, onde um eleitor morreu e outros três ficaram feridos quando militares da Força Naval foram acionados para controlar um protesto de oposicionistas.


 


O protesto teria ocorrido porque partidários de Bemba teriam visto um responsável eleitoral da sessão introduzindo doze votos a favor de Kabila em uma urna.


 


Quando o responsável se negou a abrir a urna, os oposicionistas começaram um distúrbio que só terminou com a ação dos efetivos da Armada.


 


Os colégios eleitorais de Kinshasa e do oeste do país abriram suas portas às 6h (2h em Brasília). Em Kinshasa, as autoridades prorrogaram por uma hora a votação, para compensar as horas perdidas pela chuva.


 


Segurança nas ruas


 


Para o segundo turno, foram colocados mais de 51 mil policiais encarregados pela segurança, além do contingente da ONU destinado neste país de cerca de 17 mil “capacetes azuis” e outro de aproximadamente dois mil efetivos enviados pela União Européia.


 


Os dois candidatos presidenciais assinaram ontem um acordo no qual se comprometem a respeitar os resultados e a não recorrer à força em caso de derrota, informaram fontes políticas.


 


O acordo foi assinado por representantes do presidente Joseph Kabila e do vice-presidente Jean-Pierre Bemba.


 


A República Democrática do Congo (ex-Zaire) faz fronteira com nove nações e seu território, de 2,34 milhões de quilômetros quadrados, equivale à metade da Europa.