Passeata por direitos trabalhistas em Tóquio

A passeata aconteceu no dia 18, uma quarta-feira normal de expediente de trabalho, com trânsito congestionado e muita correria dos militantes para chegarem ao seus locais de trabalho, após o ato, que culminou com as lideranças chegando ao Ministério do Trabalho.

 
Mais de 500 lideranças ligadas à Central Sindical (Zenroren), ao Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (JMIU) e ao Partido Comunista Japonês (PCJ) participaram de manifestação em defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros no Japão. A passeata, no dia 18, culminou com as lideranças chegando ao Ministério do Trabalho.

Em cima do carro de som, os representantes sindicais se revezaram na leitura de documentos denunciando o descaso do governo com os brasileiros que trabalham no Japão. O sindicalista Toshifumi Nakayasu (JMIU) bateu duro no Ministério da Justiça, que pretende dificultar a renovação de visto dos trabalhadores brasileiros residentes e a entrada de outros estrangeiros que pretendem vir ao Japão.

Os manifestantes só sossegaram quando um funcionário do Ministério recebeu uma comissão de trabalhadores para discutir as reivindicações. Dois temas em pauta são de grande importância para os brasileiros: as negociações entre os dois governos para viabilizar um acordo previdenciário que garanta a aposentadoria dos trabalhadores enquanto eles estiverem trabalhando no Japão. A outra discussão foi com relação a inclusão dos brasileiros nos seguros sociais do governo.

O sindicalista Francisco Freitas, da província de Shizuoka, participou diretamente das negociações. Freitas argumentou que os brasileiros, assim como todos os estrangeiros, são cidadãos pois pagam impostos e o governo tem a obrigação de cumprir com suas responsabilidades sociais.

Os manifestantes também se dirigiram até o escritório central da fabricante de veículos Suzuki, para denunciar a tentativa de obstruir na justiça um processo movido por oito trabalhadores japoneses contra a discriminação, maus-tratos e perseguições políticas.