Bancada feminina quer representante na Mesa Diretora da Câmara

Parlamentares da bancada feminina da Câmara dos Deputados estão mobilizando uma articulação política junto às principais lideranças partidárias, com o objetivo de assegurar a uma deputada um dos sete cargos titulares da Mesa Diretora que tomará posse e

 Em 115 anos de história, nunca uma mulher exerceu um cargo de direção na Mesa da Casa – houve apenas deputadas em cargos de suplente. Para elas, chegou a hora de superar essa barreira.



 
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP, uma das articuladoras dessa mobilização, diz que “nós mulheres queremos mais espaço de poder, para avançar na luta por nossos direitos. Nada mais justo e democrático que uma mulher ocupe um cargo na mesa diretora”.



 
No início da legislatura, a bancada feminina vai se reunir com a finalidade de elaborar uma estratégia para concretizar essa ação. “A bancada feminina vem se destacando por sua competência, e merece esse reconhecimento; mas não será fácil, vamos ter que batalhar”, prevê Erundina.
 
As mulheres são um pouco mais da metade dos eleitores brasileiros, mas ocupam menos de 10% das vagas no Congresso Nacional. Na Câmara, há 513 deputados no total. Para o próximo ano foram eleitas 45 deputadas. “A presença de uma mulher na Mesa garantirá que esses quase 9% de participação feminina possa ter uma representatividade maior nas decisões da Casa”, afirma a deputada.
 
Preconceito


 


Erundina acredita que existe um preconceito contra a mulher na política, não só no Congresso, mas também nos partidos políticos. “Há uma ou outra comissão com indicação de uma deputada para presidir. O colégio de líderes não possui nenhuma mulher, justamente porque não temos uma bancada ainda definida. E os partidos políticos em suas direções, com raras exceções, não possuem mulheres em suas lideranças”, diz ela, em tom de denúncia.


 


E acrescenta que “isso se deve a uma cultura machista e um corporativismo muito forte, que minimiza a mulher. Vamos trabalhar para que um dos cargos da mesa diretora seja de uma deputada da bancada feminina. Escolhida a critério da própria bancada”. Ao mesmo tempo faz a ressalva: “O PT aprovou em congresso há muitos anos, a presença de no mínimo 30 mulheres nas lideranças partidárias nos níveis Nacional, Estadual e Municipal. O PCdoB também conta com mulheres em suas direções”.



 
Segundo informações do Jornal da Câmara, tramitam na Casa dois projetos de resolução que mudam o Regimento Interno para garantir essa participação por via regimental. O primeiro desses projetos foi apresentado pela ex-deputada Francisca Trindade, que faleceu em meados de 2003. O outro projeto de resolução é da ex-deputada Ana Corso. Os dois projetos foram apensados à proposta de reforma global do Regimento Interno, elaborada pela comissão especial que estudou o assunto.


 


Imprensa do portal PSB Nacional