ONU destaca a educação infantil dos países latino-americanos

A educação infantil na América Latina e no Caribe é a melhor dos países em vias de desenvolvimento, segundo o relatório de acompanhamento do programa Educação Para Todos que o diretor-geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciênc

O relatório também revela que houve uma “sensível diminuição” do número de crianças sem escolarização no mundo, mas aponta que a situação dos menores de três anos continua sendo o primo pobre dos sistemas educativos em muitas regiões do planeta.



Essas são algumas das principais conclusões do relatório no qual a Unesco avalia os progressos rumo à universalização do ensino primário, que a comunidade internacional se comprometeu a alcançar até 2015.



Apesar das melhoras, “a cada ano morrem nos países em desenvolvimento mais de dez milhões de crianças menores de cinco anos devido a doenças que, em sua maioria, podem ser evitadas”, afirmou Nicholas Burnett, diretor do relatório concentrado na primeira infância.



O relatório aponta que 62% das crianças recebem educação pré-primária ou pré-escolar na América Latina, contra 35% na Ásia Oriental e no Pacífico; 32% na Ásia Meridional e Ocidental; 16% no mundo árabe e 12% na África Subsaariana.



A conclusão dos estudos primários ainda é um problema grave. Na América Latina e no Caribe, menos de 83% das crianças matriculadas no ensino primário acabam o último grau do ciclo.



Relatório
O relatório presta especial atenção à educação e aos cuidados na primeira infância, pois se trata do tema central desta edição, e corresponde ao primeiro dos seis objetivos da Educação para Todos a serem cumpridos até 2015. Lembra que as pesquisas demonstram amplamente que o desenvolvimento físico e psíquico da criança é condicionado decisivamente pelas experiências de seus primeiros anos de vida.



No entanto, o financiamento dos programas educativos destinados às crianças pequenas praticamente não tem prioridade nas ajudas dos doadores, e “a metade dos países do planeta” carece de políticas formais para os menores de três anos.



A primeira etapa rumo à adoção de uma política global de atendimento e educação destes menores deve consistir na concentração dos recursos nas crianças mais desfavorecidas.



O relatório também destaca a importância de as pessoas encarregadas dos cuidados e da educação das crianças mais novas terem qualificação suficiente para desempenhar o trabalho.



Os outros cinco objetivos da EPT (Educação Para Todos) a serem alcançados até 2015 são a universalização do ensino primário obrigatório e gratuito; a garantia do acesso igualitário dos jovens e adultos a programas de aprendizagem; o aumento em 50% das taxas de alfabetização dos adultos; o fim da disparidade de sexos no sistema educativo, e a melhora da qualidade da educação em todos os seus aspectos.



Ensino
O relatório revela uma notável aceleração da escolarização no ensino primário, tanto dos meninos como das meninas, e um aumento da ajuda à educação, embora esta sofra em alguns países o contrapeso de uma diminuição da despesa nacional em educação.



Segundo as estatísticas entregues pelos governos, em 2004 havia 77 milhões de crianças sem escolarização – 21 milhões a menos do que 1999. Delas, mais das três quartos viviam na África Subsaariana e na África Meridional e Ocidental.



Aproximadamente dois terços dos 181 países sobre os quais há dados de 2004 alcançaram a igualdade entre os sexos no ensino primário, mas só um terço a obteve no ensino médio.



Segundo o relatório, dos 125 países sobre os quais existem dados, apenas 47, em sua maioria europeus, alcançaram, ou estão a ponto de cumprir os seis objetivos do programa Educação para Todos.