Tarso revela que eleitorado ''móvel'' preocupa campanha de Lula

Apesar das pesquisas indicarem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será reeleito neste domingo, o Planalto é cauteloso ao comentar sobre uma provável vitória do presidente. Ao contrário da postura no primeiro turno, em que os petistas e comunist

 



O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, indicou hoje que as pesquisas da campanha indicam que parte do eleitorado é móvel e pode alterar o resultado da eleição. ''Tudo indica que o quadro eleitoral está consolidado e que não haverá tempo de recuperação do candidato Geraldo Alckmin [do PSDB], mas temos uma base eleitoral muito móvel'', afirmou.
 


 


Para o ministro, grande parte do eleitorado vota no presidente Lula pela confiança que tem nele. Sentimento que, se abalado, pode mudar o voto dessas pessoas. ''O eleitorado brasileiro não é polarizado entre esquerda e direita'', observou.


 



Tarso salientou, no entanto, que até a eleição novos ''estabanados'' não apareçam. ''Se tem novos estabanados será uma novidade'', afirmou.


 


Por via das dúvidas, a ordem na campanha pela reeleição é manter a militância nas ruas, pedindo votos para o presidente Lula até o último minuto.


 


Tucanos apostam no debate de sexta-feira


 


A avaliação é compartilhada entre tucanos. Pesquisas encomendadas pela campanha de Alckmin indicam que Lula tem uma vantagem bem menor do que a indicada pelos demais institutos. Embora conscientes de que ultrapassar esta diferença seja uma tarefa difícil, os tucanos avaliam que não é impossível –justamente pela mobilidade– que o eleitorado tem apresentado.


 


O senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB, aposta todas as fichas para uma virada do candidato Geraldo Alckmin no último debate, de sexta-feira, que será transmitido pela TV Globo. Tasso deu a entender que o ex-governador de São Paulo adotará um tom mais agressivo, já que sabe que esta será sua última oportunidade para inverter a situação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
''Além de ser o de maior audiência, o debate acontecerá faltando apenas um dia para a eleição, por isso acredito que o País irá parar para assistir'', afirmou Tasso.


 


Em sua avaliação, caso Alckmin chegue até sexta-feira com uma diferença de dez pontos percentuais nas pesquisas, o quadro ainda poderá ser revertido. ''As pesquisas do primeiro turno apresentavam uma diferença grande uma semana antes''.


 


Outra aposta de Tasso é que algo forte ainda aconteça esta semana para desmoralizar o governo Lula. ''Nesta semana muita coisa pode acontecer'', afirmou. ''Há a avaliação de que as pessoas realmente fazem os julgamentos finais na última semana''.


 


Teoria dos três terços


Tanto a campanha tucana quanto a campanha de Lula levam em conta na hora de fazer suas projeções a conhecida –entre os especialistas da área– teoria dos três terços. Segundo esta ''teoria'', as últimas disputas presidenciais, incluindo atual, conta com um eleitorado dividido em três. Um terço, cerca de 33% dos eleitores, vota em Lula de qualquer maneira, mesmo com o candidato sofrendo novas e pesadas acusações. Outro um terço, não vota em Lula em hipótese alguma. E o terço restante está ''à disposição'' das candidaturas e decide seu voto por razões conjunturais e conforme a evolução das campanhas.


 


Hoje, as pesquisas indicam que a maior parte deste um terço do eleitorado suscetível aos discursos de campanha foi seduzida pela candidatura do presidente Lula e está disposta a dar ao presidente um novo mandato. Mas, como bem registrou o ministro Tarso Genro, é uma base eleitoral ''móvel'' e, como o próprio termo diz, pode pender para um lado ou para outro. 


 


Da redação,
Cláudio Gonzalez, com agências