Referendo decide hoje ampliação do Canal do Panamá

Os eleitores panamenhos votam neste domingo (22) em um referendo que deverá apoiar um plano ambicioso, estimado em US$ 5,25 bilhões, para expandir seu famoso canal. A obra é defendida pelo governo do presidente Martín Torrijos pretende diminuir a pobreza

Pesquisas de opinião antes do plebiscito mostraram que mais de dois terços dos eleitores apóiam o projeto, que irá dobrar a capacidade do canal e permitir que grandes embarcações modernas passem entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A expansão do canal, que é uma é uma das maravilhas da engenharia e foi aberto em 1914, irá criar empregos e impulsionar o crecimento econômico, afirmam os que são a favor do projeto.



Os críticos alertam que se os custos forem muito elevados, o plano poderia levar a pequena nação à falência, pois se trata de um projeto de retorno lento. Alegam  que o Panamá já possui grandes dívidas e uma população majoritariamente na pobreza. Contribuintes de imposto de renda poderiam ser forçados a arcar com os gastos e investidores poderiam perder dinheiro.



Sob a sombra dos EUA



O canal está ligado à própria existência do Panamá enquanto Estado independente. Ao se emancipar do jugo colonial espanhol, em 1820, ele fazia parte da Colômbia. Separou-se dela em 1903, insuflado pelos Estados Unidos e como parte do plano para criar o canal. Este, construído pelos americanos, só passou definitivamente à soberania panamenha em 1999, graças a negociações conduzidas nos anos 70, entre os então presidentes dos EUA, Jimmy Carter, e do Panamá, Omar Torrijos, nacionbalista e pai de Martín.



Enquanto esteve sob controle estadunidense, a Zona do Canal abrigou uma base militar que ficou célebre como centro de adestramnento da alta oficialidade dos países latino-americanos. Muitos de seus ex-alunos se viram implicados em golpes de Estado, ditaduras e sistemas repressivos que incluíam a tortura e assassinatos políticos.



Os marines dos EUA também invadiram várias vezes o país. A primeira delas foi em 1914 e a última em novembro de 1989.



Com agências