Uruguai surge como opção para disputa no Conselho da ONU

Após dois dias de votação sem acordo e um de recesso para debates, o grupo dos países da América Latina e Caribe na ONU pediu ontem (19/10) que Venezuela e Guatemala resolvam entre si o impasse de suas candidaturas para vaga rotativa do Conselho de Segura

De Caracas, o presidente Hugo Chávez disse que “não se renderá” e afirmou que “a luta é contra os EUA”. Apoiada por Washington, a Guatemala esbarra agora na rejeição da China, membro permanente do CS com poder de veto, por reconhecer Taiwan como país soberano e manter com ele relações diplomáticas e comerciais.



Com a polarização das candidaturas, cujo apoio revela ou não alinhamento com o governo Bush, surge a possibilidade de uma terceira opção de candidatura, que anularia a concorrência entre Guatemala e Venezuela e seria eleita em consenso, quase por aclamação. Chile e Uruguai entrariam na disputa.



Forte aliado dos EUA, com quem tem acordos bilaterais, o Chile ganharia apoio de Washington mas certamente enfrentaria oposição da Venezuela. Além disso, o país esteve há pouco tempo no CS, antes do Brasil, que antecedeu a Argentina (membro atual). Já o Uruguai poderia agradar tanto à Guatemala quanto à Venezuela, pois Chávez mantém boas relações políticas com o presidente Tabaré Vásquez, também de esquerda, além de estreitas relações comerciais, com acordos de petróleo e gás.



Francisco Arias Cárdenas, representante venezuelano na negociação, disse que a única possibilidade de Chávez largar a disputa seria uma retratação pública de Bush e do embaixador americano John Bolton, negada por este.



A vaga disputada por Venezuela e Guatemala será liberada pela Argentina em 31 de dezembro. A outra vaga latino-americana é ocupada pelo Peru até o final de 2007.