Sanguessugas tucanos: Abel Pereira levava 6,5%, diz empresário

O empresário Ronildo Medeiros afirmou ontem à Justiça que depositou dinheiro de propina da máfia das sanguessugas em contas de Abel Pereira, empreiteiro de obras públicas ligado ao PSDB e amigo do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (governo FHC). Medeiros

Naquele período, Barjas exerceu primeiramente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. Na seqüência, assumiu o posto de ministro, no lugar de José Serra, atual governador eleito de São Paulo, que na época saiu para disputar a Presidência da República.


 



Medeiros é proprietário de duas empresas, a Frontal e a Medical Equipamentos Hospitalares. Investigação da Procuradoria da República e da PF revela que essas empresas teriam sido constituídas para forjar resultados de licitações.


 



Desses processos de concorrência também participava a Planam, empresa central no esquema das ambulâncias superfaturadas que desfalcou o Tesouro em R$ 110 milhões.


 



Abel Pereira será ouvido pela Polícia Federal segunda-feira no inquérito que investiga o dossiê Vedoin, pelo qual petistas iriam pagar R$ 1,75 milhão, em dólares e reais.


 



Emendas


 



A Planam foi criada por Luiz Antonio Vedoin, que a PF e a procuradoria acusam formalmente de liderar a ação sanguessuga dentro do Congresso. Pelo menos 72 parlamentares, entre deputados e senadores, produziram emendas para a área da saúde propiciando liberação de recursos em série para administrações municipais.


 



A PF e a procuradoria sustentam que Medeiros foi empregado da Planam. Para dar aparência de legalidade às licitações, Vedoin excluiu Medeiros de seu quadro de funcionários e o orientou a abrir a Frontal e a Medical.


 



As empresas de Medeiros participaram de vários certames de compra de ambulâncias, vencidos pela Planam. À Justiça Federal, Medeiros disse ontem que fez os depósitos em contas de Abel por indicação de Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio.


 



Silêncio


 



Acusado por Vedoin de ser o intermediário do esquema durante a passagem de Barjas pelo ministério, Abel diz não ter envolvimento com a máfia das sanguessugas. O empresário também é investigado pela suspeita de que teria tentado comprar o silêncio dos donos da Planam antes da divulgação do dossiê, outro fato que ele também nega.


 


Fonte: Agência Estado