Blog de jornalista grávida e solteira cria polêmica na China

O blog de uma jornalista chinesa que decidiu seguir adiante com sua gravidez – apesar do fim de seu relacionamento – abriu o debate entre os internautas da China – um país onde as mães solteiras.

Considerada por alguns uma prostituta e por outros uma santa, o blog registrou desde agosto mais de 600 mil visitas em seu ''guestbook'', intitulado ''Palavras para o meu bebê''. Há tanto mensagens duras como conselhos de outras mães solteiras chinesas que admiram sua coragem, segundo publica o jornal China Daily.


 


A jovem decidiu seguir adiante com sua gravidez após romper com seu companheiro. Diariamente escreve em seu blog poemas para seu futuro filho, a quem chama carinhosamente de ''Porquinho''. ''Não é uma decisão impulsiva. Acho que enfrentarei muitas dificuldades no futuro, mas acredito que poderei resolvê-las com fé'', assinala a jornalista.


 


O debate gerado por este diário na internet demonstra como a transição chinesa faz posições tradicionais conviverem com outras muito mais liberais. ''Seu bebê terá uma vida incompleta sem um pai – e seus pais vão sofrer uma grande pressão por parte da sociedade'', comenta um internauta.


 


No entanto, outras mães solteiras animam a jornalista grávida com mensagem de apoio. ''Ame a você mesma e ame o seu 'porquinho', isso será suficiente. Este problema é seu, você não está fazendo mal a ninguém. Seja feliz e tenha coragem para fazer o que quiser'', aconselha uma admiradora.


 


Embora a Lei de Planejamento Familiar e População da China não proíba as mães solteiras de terem filhos, a sociedade chinesa tem mais resistência a isso. ''As mães solteiras desfrutam dos mesmos direitos e do mesmo tratamento de uma mulher casada'', lembra Wu Changzhen, catedrático da Universidade Chinesa de Ciências Políticas e Lei.


 


''O povo deveria respeitar o direito das mulheres solteiras de ter filhos, já que o peso social e econômico poderia forçar estas mulheres a abandonarem seus herdeiros'', opina o sociólogo Xia Xueluan, da Universidade de Pequim.