Chile estréia documentário sobre comunista grávida desaparecida

Um documentário de 80 minutos que aborda a história de uma militante comunista grávida que em 1976 foi presa e desapareceu sob a responsabilidade de agentes da ditadura de Augusto Pinochet estreou no Centro Cultural do Palácio de La Moneda, sede do govern

O documentário é a obra-prima da jornalista e produtora chilena Lorena Giachino e reconstrói a história de Reinalda del Carmen Pereira, presa por agentes da Direção de Inteligência Nacional (Dina), junto com outros 13 militantes comunistas.


 


Reinalda foi amiga íntima da mãe de Lorena, Jacqueline Torrens, e ao longo do documentário a autora tenta dialogar com sua mãe que sofre de amnésia sobre a vida de Reinalda e tentar lembrar seu destino ainda incerto.


 


O documentário “Reinalda del Carmen, mi madre y yo”, carregado de emotividade, inclui depoimentos do juiz Carlos Cerda, atual investigador da fortuna de Pinochet, que em 1983 foi responsável pelo “caso de los 13” no qual Reinalda era a vítima.


 


Nesse processo, Cerda se negou a aplicar a lei de Anistia aos militares que julgou, o que mais tarde fez com que parlamentares da oposição de direita impedissem sua candidatura à Corte Suprema, proposta pelo ex-presidente Ricardo Lagos.


No documentário Cerda se pergunta se foi suficiente o que fez na época e reafirma sua postura de ir até o fim com os processos por violações aos direitos humanos sem importar o custo que isso teria.


 


“Reinalda del Carmen, mi madre y yo”, inclui depoimentos de Karla Moscoso, atual chefa de Identificação de Presos Desaparecidos do estatal Serviço Médico Legal, e de Patricia Hernández, uma médica legista envolvida em um polêmico caso de identificação equivocada de restos de desaparecidos sepultados clandestinamente no Pátio 29 do Cemitério Geral em Santiago.


 


Fonte: ANSA