México pretende iniciar ação contra muro fronteiriço dos EUA

O chanceler mexicano, Luis Ernesto Derbez, afirmou nesta quarta-feira que uma equipe jurídica analisa quais ações em nível internacional o México poderia executar caso vá adiante a construção de um muro fronteiriço pelos Estados Unidos.

“Esperamos que o presidente George W. Bush reconsidere não assinar esta lei. Caso isto aconteça, nossa equipe jurídica já analisa que outras ações em nível internacional podem ser realizadas e executadas”, declarou.



A afirmação, dada em uma entrevista coletiva conjunta com sua homóloga de Grã-Bretanha, Margaret Beckett, coincidiu com a promulgação marcada para esta quinta-feira pelo presidente Bush de uma lei que atribui recursos para a construção do muro.



No entanto, essa norma não é a que autoriza a construção de um muro duplo de mais de 1.126 quilômetros em várias partes da fronteira com o México.



Horas antes, Derbez manifestou na Câmara dos Deputados a frustração com o plano dos EUA de construir o muro. “Expresso minha frustração com esta infeliz e equivocada decisão que não traz soluções para a questão migratória, aumenta o problema, incentiva a imigração ilegal através de rotas mais complicadas e fere a relação bilateral”, declarou.



Submissão
Humberto Zazueta, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), pediu a Derbez que denuncie a construção do muro nas instâncias internacionais e acusou o Governo de Fox de ter sido “dócil” e “submisso” com relação aos EUA.



Além disso, Zazueta deplorou que a atitude tenha permitido que um parceiro comercial do México – os EUA – aprove medidas como a construção de um muro para defender sua segurança.



O México considera que a solução do problema migratório depende da regularização dos mais de quatro milhões de imigrantes ilegais mexicanos nos EUA e do estabelecimento de novos programas de trabalhadores temporários que permitam um fluxo ordenado e seguro de mexicanos para o país vizinho.