Evo rejeita críticas da SIP sobre a imprensa na Bolívia

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta quarta-feira (4/10) que enviará uma carta à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) para perguntar o que faz com que a entidade não se pronuncie sobre alguns jornalistas que o chamam de ignorante e louc

“Até mesmo jornalistas do exterior vêm aqiu para me ofender. Caso um jornalista boliviano viajasse para a Espanha ou outro país e ofendesse um presidente, eu sei que ele seria expulso, enquanto aqui não expulsamos ninguém, pois somos mais tolerantes”, declarou Morales.



A declaração de Morales foi dada após um jogo de futebol realizado entre sua equipe e a dos correspondentes da imprensa estrangeira, que terminou com uma goleada a favor da equipe governamental por 11 a 1.



“Alguns comentaristas me chamam de louco e ignorante, e isto é grave. Gostaria que a SIP também se preocupasse com esta situação”, afirmou sem especificar casos.



A SIP também criticou em seu relatório a criação de uma rede de meios de comunicação na Bolívia com o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez.



Visão dos empresários
Por sua vez, o Movimiento Ao Socialismo (MAS), partido de Morales, também rejeitou as críticas da SIP sobre a liberdade de expressão e as atribuiu a uma visão empresarial do jornalismo na organização.



“A SIP sempre defendeu os interesses dos empresários, confunde a liberdade de expressão com liberdade empresarial e os jornalistas, como trabalhadores, têm outra visão”, disse o deputado socialista Ivan Canelas, um dos presidentes de honra da Federação Latino-Americana de Jornalistas (FELAP).



“Qualquer intenção de buscar o pluralismo será sempre mal vista pela SIP”, acrescentou Canelas ao defender a iniciativa do presidente Morales de fundar a rede de rádios comunitárias que tem o apoio econômico da Venezuela.