China duplicará comércio com países lusófonos até 2009

O documento de 12 páginas foi assinado em Macau dentro do 2.° Fórum de Cooperação Econômica, que reuniu os ministros de Economia e Comércio da China e de Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

O ministro de Comércio chinês, Bo Xilai, disse na conferência ministerial que as trocas comerciais entre a China e os países citados poderiam chegar a US$ 35 bilhões em 2006, um aumento de 52,1% em relação a 2005, quando foram de US$ 23 bilhões.

O Brasil é o maior parceiro comercial da China no grupo, com trocas no valor de US$ 12,2 bilhões em 2005, um aumento considerável frente aos US$ 2,3 bilhões registrados em 2001. Em segundo lugar está Portugal, com US$ 1,27 milhão no ano passado.

Em 2003, o comércio entre a China e o bloco dos países de língua portuguesa totalizou US$ 10 bilhões; em 2004, US$ 18 bilhões; e em 2005, US$ 23 bilhões. O Plano de Cooperação Econômica e Comercial prevê que em 2009 os intercâmbios girem em torno de US$ 47 bilhões.

O conselheiro de Estado da China, Huan Jianmin, mostrou-se mais ambicioso, e, segundo a edição de hoje do South China Morning Post, a China tentará expandir seu comércio com o bloco português até os US$ 100 bilhões em 2009.

Huan defendeu um “aumento nos investimentos nas áreas de logística, agricultura e pesca, recursos naturais e infra-estruturas (nos países de fala portuguesa) até US$ 50 bilhões no final de 2006, e depois duplicar esta quantidade em 2009”.

Além disso, o conselheiro indicou que a China estimulará os investimentos nos setores financeiro, turístico e científico no bloco e prometeu US$ 100 milhões em empréstimos para estes países no período de 2007 a 2009.

Huan e Bo destacaram Macau como plataforma de desenvolvimento comercial entre a China e estes países. A cidade será pela terceira vez sede do Fórum de Cooperação Econômica em 2009.

A ex-colônia portuguesa, devolvida à China em 1999 após 453 anos de ocupação, se transformou em um centro de negócios em português. Desde a primeira edição do fórum, as visitas institucionais de alto nível entre China e os sete países de língua portuguesa se multiplicaram.