Em comício, Lula lembra que tucano é ave predadora

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que os tucanos são “aves predadoras”, ao falar no comício da noite de sábado (23), no centro de Araraquara, interior paulista. Ele se referia às aves que disse ver na Granja do Torto, mas em seguida falou do

“Eles governavam pensando apenas nos números. Nós governamos olhando as pessoas. E é por isso que o Brasil está mudando”, afirmou também o presidente. Oito mil pessoas participaram do comício e, por diversas vezes, entoaram o jingle da campanha “Lula de novo, com a força do povo”.



Esforço concentrado em São Paulo



Depois de Araraquara, Lula fez outro comício em Jacareí, e neste domingo  (24) faz campanha em Sorocaba. São Paulo é o único estado do Sudeste onde o candidato presidencial do PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, aparece em primeiro lugar nas pesquisas.



Lula disse que, em qualquer área que se queira comparar, o seu governo mostrou mais eficiência em menos de quatro anos do que o governo anterior em oito anos. Por isso, ele lidera as pesquisas. E isso estaria incomodando a oposição e provocando o que o presidente chamou de “ódio contra o PT e a esquerda. E a esse ódio nós respondemos com trabalho”, agregou.



O discurso do candidato explorou o aspecto social da polarização nesta campanha. “Eles consideram nosso povo cidadão de segunda classe. Os deles, são de primeira classe”, disse, em referência à oposição conservadora. “Quando as pessoas começam a imaginar ter um povo melhor, a partir da lógica deles, nós vamos terminar no Hitler, que queria um povo superior e por isso fez o que fez com a humanidade”, disse.



FHC, Lula e a imprensa



Lula disse que recebe tratamento diferente da imprensa do que recebia FHC, que, segundo ele, foi poupado durante as privatizações. “Ai de quem ousasse falar do governo naquela época.  O outro era pensamento único favorável, eu virei pensamento único contra”, constatou. Ele disse não querer uma imprensa chapa-branca, mas um tratamento justo. 



O discurso de Araraquara destacou o aumento do poder de compra do brasileiro, proporcionado, entre outros fatores, pela redução dos preços da cesta básica e dos materiais de construção e pelo aumento do emprego. “Equilibramos a economia. Não precisamos mais do FMI. E estamos quebrando recordes na exportação. Mas eu quero que o Brasil também passe a exportar conhecimento”, disse o presidente, reafirmando o seu compromisso em realizar um segundo mandato baseado no crescimento com distribuição de renda e educação de qualidade.



Aldo lembra Getúlio, JK e Goulart



O senador Aloizio Mercadante, candidato ao governo de São Paulo pelo PT-PCdoB, falou sobre os que tentam tirar proveito do caso dos dossiês para prejudicar a sua candidatura e a do presidente. Ele lembrou que o PT “é um partido íntegro, com história e tradição, que já perdeu e ganhou eleições, sempre com dignidade. Não seria agora, com a reeleição do presidente praticamente assegurada, que mudaríamos de comportamento”.  



Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados, frisou que Lula sofre a mesma perseguição movida por outros presidentes populares, como JK, João Goulart e Getúlio Vargas. Mas que, com a força do povo, ele vai poder dar continuidade ao seu trabalho.



Já a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, criticou o fato da imprensa ter dado pouco ou nenhum destaque ao estudo divulgado esta semana pela Fundação Getúlio Vargas, o qual revelou que, em três de governo Lula, a pobreza foi reduzida em 19%.



O outro orador da noite, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, disse que o Brasil não quer e não deve adotar o modelo de governo implantado pelos tucanos em São Paulo. “No interior ninguém agüenta mais a falta de projetos do Estado na segurança, na educação e na saúde. O que queremos para o Brasil não é isso, mas sim esse caminho já iniciado por Lula, baseado na geração de empregos e na inclusão social”.



Com agências