Para filha de Che, nada mudará em Cuba quando Fidel morrer

Aleida Guevara, filha do lendário revolucionário Ernesto Che Guevara, disse nesta quinta-feira (21/9) em Lima (Peru) que nada acontecerá em Cuba após a morte de Fidel Castro, que se recupera de uma cirurgia intestinal desde o fim de julho.

Aleida, que visita o país para percorrer as cidades de Iquitos e Cuzco, pelas quais seu pai passou em sua juventude, disse, explicando sua declaração: “Nós somos um povo, essa revolução é encabeçada por um homem, por um partido, e encontra-se sustentada pela vontade do povo. Se não houvesse essa vontade, teríamos desaparecido da face da terra”.



Aos 45 anos, Aleida declarou que depois do anúncio da doença de Fidel Castro, os cubanos tiveram uma grande experiência: “Nós o vimos doente pela primeira vez, e isso foi tremendo. Meu coração se apertou, mas, no dia seguinte à notícia, saímos para trabalhar normalmente. Seria preciso ver a tranqüilidade do povo. Era como se nada estivesse acontecendo”, comentou.



EUA
A filha de Che Guevara, que trabalha em um hospital para crianças portadoras de deficiência física em Cuba, disse que a ilha “é um país em guerra contra o inimigo maior, do maior Exército do mundo”.



Aleida declarou que os “Estados Unidos têm uma política hipócrita” sobre o tema do terrorismo, ao citar o caso da exilado cubano anti-castrista Luis Posada Carriles e dos cinco cubanos presos por espionagem no país americano.



“Os Estados Unidos têm a política do 'se você está comigo, tudo bem; se não, é do eixo do mal'. Hoje pode ser Cuba ou Venezuela. Mas outro dia pode ser o Peru”.



Nesta sexta-feira, Guevara viajará para o Leprosário San Pablo, em Iquitos. Depois, visitará Machu Picchu, em Cuzco. Em seguida, seguirá para a Bolívia, onde terminará o percurso trilhado por seu pai.