Ativistas cobram apuração de denúncias contra Lupion

Ativistas em prol da luta pela terra pediram ontem agilidade na apuração de duas supostas representações que tramitam contra o deputado federal Abelardo Lupion (PFL/PR), uma na Câmara dos Deputados, e a outra no Supremo Tribunal Federal (STF). As represen

O representante da Via Campesina que coordena o acampamento, Diego Moreira, nega que a intenção seja entrar na fazenda. “Queremos chamar a atenção da sociedade com relação aos processos que correm contra Lupion”, afirma. O acampamento na BR-153, em frente à fazenda, segundo ele, é o início da chamada “campanha de combate aos crimes do agronegócio da bancada ruralista”, levada a cabo pela Via Campesina, Coordenação dos Movimentos Sociais e Fórum Nacional pela Reforma Agrária. Os militantes prometem pedir apoio de outros setores da sociedade e recolher assinaturas para exigir do STF e da Câmara as apurações. Segundo o militante Rogério Nunes, os ativistas não darão fim à campanha até que os processos sejam julgados.


Lupion refutou a documentação apresentada pelos ativistas, com certidões negativas emitidas pelo STF e pela Comissão de Ética da Câmara. O STF nega ação penal instaurada, mas confirma existência do inquérito que apura o caixa 2. Já a Comissão de Ética informa não haver representações.


Proteção


Ontem pela manhã, Lupion esperava o efetivo da Polícia Federal (PF) para proteção pessoal em sua fazenda, requisitado pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B/SP), ao Ministério da Justiça anteontem. Um delegado e dois agentes da PF de Londrina estiveram nos arredores da fazenda. O deputado também conseguiu que a Polícia Civil tirasse as faixas com xingamentos colocadas nas proximidades da entrada da fazenda. “Querem denegrir minha imagem a dez dias das eleições porque fui o responsável pela aprovação, na CPMI da Terra, que invasão de terra com seqüestro é crime hediondo e descobri desvios de recursos públicos dos ministérios para promover invasões”, diz.


Lupion teme que os ativistas entrem na fazenda. “Podem fazer uma destruição, tenho o único laboratório credenciado pela Embrapa no Paraná e a maior produtividade do Estado. Vou confiar em bandidos?”, questiona.


O deputado federal também disse ontem que se dedicará, no próximo mandato, à tarefa de “destruir” o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras entidades que, segundo ele, agem à margem da lei. “Já fiz o possível, agora farei o impossível”, acentuou.


Ligia Martoni – Paraná-Online