Disputa em futebol mostra divisão racial no Brasil, diz jornal

Reportagem publicada na edição desta terça-feira (19/9) pelo diário americano The New York Times comenta o mito da ''democracia racial'' no Brasil e o crescente debate em relação ao tema no país.

O texto toma como ponto de partida um incidente durante um jogo de futebol, num torneio da polícia de São Paulo em dezembro. O incidente acabou ganhando repercussão após o juiz José de Andrade ter processado um dos jogadores, um coronel aposentado, que o xingou de ''macaco'' durante uma discussão.


 


A reportagem observa que ''o que se seguiu foi uma lição para Andrade, de 36 anos, sobre as complexidades da política racial do Brasil''. Ao se recusar a fazer um acordo fora dos tribunais para desistir da ação, Andrade teria passado a receber ameaças da polícia.


 


''O caso de Andrade repercutiu em todo o Brasil – que tem a maior população negra fora da África – em parte por causa de um crescente debate nacional sobre a questão racial'', diz o texto, assinado pelo enviado do jornal ao país, Larry Rohter.


 


A reportagem comenta que apesar de haver uma grande correlação entre a cor da pele e a classe social, os brasileiros são ensinados a pensar em seu país como uma democracia racial.


 


O texto observa ainda que ''o Brasil tem um abrangente estatuto anti-discriminação, aprovado há mais de uma década. Mas o crescente número de grupos que defendem os direitos iguais para os negros apontam que ninguém nunca cumpriu penas de prisão por violação à igualdade racial prevista na lei'', observa.