Começa nova jornada para libertar os Cinco cubanos nos EUA

Começou na última terça-feira (12/9) e vai até 6 de outubro a jornada de solidariedade aos Cinco cubanos presos desde 1998 nos Estados Unidos sob várias acusações, mas nenhuma prova.


A jornada é encabeçada pelos vários comitês internacionais de apoio aos acusados e tem por objetivo denunciar recente decisão da Corte de Atlanta que, contrariando entendimento anterior desta mesma corte, ratificou as sentenças e negou a realização de um novo julgamento.



Os Cinco cubanos – Gerardo, Antonio, Ramón, Fernando e René – foram detidos em 1998 e condenados em dezembro de 2001. O principal acusado, Gerardo, foi condenado “duas vezes” à prisão perpétua. Antonio e Ramon também foram condenados à prisão perpétua. Fernando e René pegaram 19 e 15 anos de prisão, respectivamente. Foram as penas máximas em todos os casos.



Quando foram detidos, os Cinco estavam na Flórida para monitorar os grupos terroristas cubanos opositores de Fidel. Em nenhum momento foram apresentadas provas de que eles tivessem colocado em risco a segurança nacional dos EUA ou tivessem documentos secretos americanos.



Mesmo assim, apresentaram-se 26 acusações contra os Cinco. No total, 24 delas eram relativamente menores e técnicas, como não se registrar como agente estrangeiro ou usar documentos falsos. Mas duas eram graves e tinham como pena máxima a prisão perpétua.



Argumentos pífios
A acusação mais comentada foi a de suposta espionagem, que de fato não existiu. O que o governo norte-americano fez, neste caso, foi o mesmo que tem feito usualmente quando um julgamento é político e não há provas de que se tenha cometido um delito.



Há pessoas com antecedentes políticos que poderiam levar o júri a emitir um veredicto de culpa mesmo sem evidências, criando argumentos e usando a teoria que a lei conhece como Conspiração. Uma conspiração é um acordo para cometer um delito. O governo não tem que provar que se cometeu um delito, mas sim que existia um acordo para cometê-lo.



No dia 12 de setembro, completou-se 8 anos da prisão dos 5 cubanos. As homenagens começaram em Havana, com a entrega do Prêmio Internacional Benito Juarez.



Segue abaixo mensagem divulgada pelos Cinco:



“Amigos que nos apóiam e alentam:



Completam-se oito anos de nosso injusto e cruel encarceramento. Nem os castigos mais perversos, nem as decisões mais imorais contra nós puderam romper nossa firmeza e nossa integridade.



Há oito anos éramos os cinco, praticamente sozinhos, nas condições mais desumanas possíveis, enfrentando todo tipo de pressões para nos persuadir e nos preparando para nos defender.



Claro, sabíamos que nosso povo e muitos amigos quando souberam sobre nossa situação e nossa batalha pela justiça e liberdade nos apoiaram. Hoje tudo está diferente.



Digo-lhes com total convicção que aquela causa foi vencida, por muitas razões, mas sobretudo por denunciar e relevar o terrorismo contra Cuba e com isso demonstramos as intenções do Império em sua chamada “guerra contra o terrorismo”. Logo, ganhamos também na apelação com a decisão honesta, valente e justa dos três juízes que pediram um novo julgamento, aquele de 9 de agosto de 2005.



Tudo o que passou, ao final, só explica quão grande pode ser a arbitrariedade e o ódio contra Cuba.



Nossa inocência e razão foram demonstradas pela opinião de um Grupo de Trabalho das Nações Unidas que, sem preconceitos nem pressões concluiu que é totalmente arbitrária nossa detenção.



Mas a mostra mais contundente de que contra nós foi cometidas uma monstruosa injustiça é a imensa solidariedade que nos apóia e exige nossa liberdade, solidariedade a que não deixam de se somar homens e mulheres do mundo que, perplexos e indignados escutam a história desses oito anos de nosso cárcere e decidem se somar ao pedido de justiça. OBRIGADO POR SEU INCONDICIONAL APOIO E AMIZADE!



Não digo nada mais, somente acompanho estas linhas com versos que têm a voz dos Cinco.



Um forte abraço de Ramón, Gerardo, Fernando, René e meu.



VENCEREMOS”



Antonio Guerrero Rodríguez