Bento XIV coloca mais lenha na fogueira da intolerância religiosa

Muçulmanos de todo o planeta repudiaram hoje (15/9) as declarações de Bento XIV a respeito do islã e querem que o papa faça um pedido de desculpas, por ele ter aderido à “campanha contra a religião muçulmana”, segundo jornais islâmicos do Marrocos.

“O papa do Vaticano se uniu à aliança sionista-americana contra o islã”, diz o jornal “Attajdid”, do Marrocos, o principal jornal do reino. “Exigimos que ele peça desculpas pessoalmente, e não por meio do Vaticano, aos muçulmanos”, afirmou Mohammad Hussein Fadlallah, um dos principais religiosos muçulmanos no mundo.


 


Em discurso proferido na Alemanha, na última terça-feira (12/9), Bento XIV declarou que o conceito islâmico da “jihad” mostra que a religião muçulmana é “irracional” e “incompatível” com a natureza de Deus.


 


Religiosos muçulmanos e líderes de muitos países criticaram as declarações do papa, dizendo que apontam um sinal de “ignorância a respeito do islã”.


 


A Fraternidade Muçulmana — o maior grupo político islâmico — quer um pedido de desculpas do papa e que os governos de países islâmicos cortem relações com o Vaticano.


 


O grupo disse ainda que as declarações do papa aumentam as divergências entre o mundo muçulmano e o Ocidente e revelam profundo ódio aos muçulmanos.


 


Segundo o xeque Hamza Mansour, que lidera o Conselho de Shura da Frente de Ação Islâmica — principal partido de oposição da Jordânia — apenas um pedido de desculpas pode retificar o “grave insulto representado pela provocação para mais de 1 bilhão de muçulmanos”.


 


O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, defendeu o discurso de Bento XIV, dizendo que ele não tinha a intenção de ofender os muçulmanos. “Certamente, esta não foi a intenção do nosso papa ferir as sensibilidades da fé muçulmana”, disse Lombardi à rádio do Vaticano.


 


O governo egípcio — há tempos um tradicional aliado de países ocidentais — se disse “preocupado” com a repercussão do discurso do papa.


 


A Assembléia Nacional do Paquistão aprovou por unanimidade uma resolução condenando os comentários do papa.


 


“Estas declarações ferem os sentimentos dos muçulmanos”, diz a resolução. “Exigimos que o papa se retrate, pelo inte