Por recompensa, militares forjaram atentados em Bogotá

Os ataques, a maioria pequenas explosões ou bombas que foram encontradas e desativadas, foram atribuídos na ocasião às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Segundo as autoridades, eles foram forjados por soldados motivados pela possibilidade de receber uma recompensa e desejosos de impressionar seus superiores.

“Os culpados serão punidos severamente”, disse o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. “Mas sob nenhuma circunstância, e eu quero ser enfático nesse ponto, a credibilidade do Exército deve ser questionada.”

O prefeito de Bogotá, Luis Eduardo Garzón, disse que se sentiu “um perfeito idiota” por ordenar a implementação de medidas extraordinárias de segurança para a cerimônia de posse. Cerca de 30 mil homens foram destacados para proteger a cidade.

O comandante do Exército, general Mario Montoya, confirmou na semana passada que ao menos dois oficiais participaram da explosão que resultou na morte de um civil, no dia 31 de julho. O caso está sendo investigado pela Procuradoria.

Simulações
No entanto, de acordo com o jornal colombiano “El Tiempo”, Montoya sabia das denúncias envolvendo seus subalternos três semanas antes que o caso fosse revelado pelo diário. O diário publicou ainda que ao menos quatro oficiais, incluindo um coronel, pagaram a membros desmobilizados das Farc para que simulassem os atentados, segundo fitas de vídeo e gravações de conversas telefônicas.

A notícia provocou fortes reações no país, que reelegeu o presidente Uribe neste ano com 62% dos votos graças principalmente à sua política de segurança de linha-dura. Neste domingo (10/9), ele afirmou que não há provas contundentes o bastante para confirmar as informações que até o momento foram divulgadas.