Metalúrgicos dobram Volks e arrancam acordo

Após quase 110 horas de negociação, a Volkswagen do Brasil e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fecharam acordo nesta segunda-feira (11/9). Em vez de efetuar o corte de 3.600 trabalhadores – previsto desde maio -, a montadora se comprometeu a melhorar os

O sindicato entregou a proposta aos metalúrgicos da Volks, que vão debatê-la dentro da fábrica até a próxima assembléia (14/9). ''O acordo será avaliado até quinta-feira, ponto a ponto'', disse uma porta-voz do sindicato. Segundo ela, a proposta foi o ''melhor que os representantes da categoria conseguiram tirar da mesa de negociação'', mas a direção do sindicato não recomenda a sua aprovação ou desaprovação.


 


Todos os trabalhadores desligados terão permanência no plano médico por 3 meses ou poderão optar por receber R$375. A empresa também prometeu produzir dois novos modelos de carros a partir de  2008 e 2009. A assessoria de imprensa da Volkswagen disse que a montadora não se manifesta sobre as negociações com o sindicato, por considerar o processo em aberto. A Volks só comentará o assunto após a votação da proposta na quinta-feira.


 


Desligamentos em etapas
O processo de ajuste de 3.100 funcionários deverá ocorrer em três anos, podendo ser prolongado de acordo com a demanda do mercado. Em uma primeira fase, de 1.300 a 1.500 trabalhadores podem aderir ao Programa de Demissão Voluntária, de 25 de setembro a 21 de novembro, por 1,4 salário por ano trabalhado, além de verbas rescisórias.


 


O benefício vai decrescendo com o tempo. Caso a meta inicial não seja atingida, haverá nova etapa, de 22 de novembro a 31 de janeiro de 2007 (um salário por ano trabalhado). Se, ainda assim, a meta de até 1.500 trabalhadores não for atingida, a fábrica poderá fazer desligamentos em fevereiro de 2007, oferecendo 60% de salário por ano trabalhado para um total de 1.300 funcionários.


 


Vão ocorrer outras quatro etapas para a saída de 1600 trabalhadores. A última pode ser até 2010,  quando o trabalhador pode receber metade do salário por ano trabalhado. Há sempre a possibilidade de a fábrica indicar os desligados se os objetivos não forem atingidos.


 


Da licença à demissão
Já existe um programa de demissão voluntária especial para os 499 trabalhadores que estão de licença remunerada no Centro de Formação e Estudo. Afastados da fábrica em 2003, eles não foram demitidos em virtude da estabilidade de emprego garantida pelo acordo de 2001, que vai acabar em 21 de novembro deste ano.


 


Com exceção dos 47 funcionários que têm doença profissional e vão voltar ao trabalho, todos eles terão de sair da empresa – com mais benefícios. Quem aderir entre 25 de setembro a 27 de outubro vai receber 60% do salário por ano trabalhado. Para o período de 30 de outubro a 21 de novembro, o benefício é de 40% do salário e verbas rescisórias.