Genro ironiza carta de FHC e diz que oposição está em desespero

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou hoje (11) que a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, divulgada na semana passada, tem aspectos positivos e negativos. Em entrevista concedida à reportagem da Rádio Gaúc

O negativo, comentou Tarso, é que o ex-presidente tucano joga para fora uma crise interna do PSDB. O ministro considerou ainda que foi uma forma de Fernando Henrique Cardoso demarcar território, pois ele se ofereceu como interlocutor do partido.


 



Tarso afirmou também que as críticas ao governo Lula têm sido muito duras. Ele disse que, durante um ano e meio, houve um cerco político com o objetivo de fazer Lula desmoronar. Tarso afirmou que, como a estratégia não deu certo, pois Lula ganhou prestígio no período, a oposição vem atacando ainda mais forte, numa demonstração de desespero.


 



O ministro defendeu ainda o ex-presidente do PT José Genoino, afastado devido à denúncia de que estaria envolvido com o esquema do mensalão. Para Genro, Genoino cometeu erros, está pagando amargamente por eles, mas acredita que ele vai se recuperar.


 



Tarso declarou que, após a eleição, independentemente de quem vença, os grandes partidos deveriam se reunir para discutir a reforma política. No seu entender, o sistema atual está “vencido”.


 


Jornal de Debates


 


Ainda sobre este assunto, o portal IG publicou nesta segunda-feira (11), um artigo de Genro no espaço chamado Jornal de Debates. No artigo, intitulado “Uma agenda nacional”, Tarso Genro defende uma “concertação” entre as forças políticas do país, ou seja, “um acordo entre oposição e governo para aprovar reformas sobre matérias que bloqueiam o desenvolvimento da democracia e o próprio processo econômico”. “Aí estão incluídas a reforma política e a reforma da legislação que regula a tramitação (e o manejo) do orçamento público”, diz Genro.


 



Segundo ele, trata-se de colocar em pauta, logo após as eleições (ou no início do próximo ano legislativo) uma legislação que aponte, no mínimo, para o financiamento público das campanhas, fidelidade partidária e votação em lista, “para revigorar o sistema político que atingiu o seu limite”. “Se esta reforma não for 'concertada', acordada, ela dificilmente sairá”, afirma Genro.



 


Sobre governo de coalizão, o ministro diz que isso não quer dizer governo de 'união nacional', “nem significa diluir as fronteiras entre oposição e governo”. “Significa governo de amplo espectro partidário, com responsabilidades definidas e clareza programática, para vencer uma etapa determinada do processo social e político, no nosso caso concreto, de “formação da nação” e consolidação de instituições democráticas modernas,adequadas ao mundo 'globalizado'.


 



Por fim, Genro recomenda a leitura dos enunciados do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, apresentados dia 24 de agosto, em reunião com o Presidente da República (www.cdes.gov.br).