Brasil e Argentina rejeitam acordo amplo entre EUA e Uruguai

Brasil e Argentina estão dispostos a aceitar que o Uruguai negocie um acordo comercial com os Estados Unidos, desde que seja limitado. Ao mesmo tempo em que procuram não desagradar ao vizinho menor, os dois países líderes do Mercosul querem impedir que o

''Estamos dispostos a apoiar (uma negociação do Uruguai com os EUA) desde que não afete o Mercosul. Quando o Uruguai pedir algo concreto, vamos analisar se podemos apoiá-lo ou não'', disse Jorge Taiana, ministro das Relações Exteriores da Argentina. Ele afirmou que, formalmente, o Uruguai não pediu ao Mercosul permissão para negociar com os EUA.



Brasil e Argentina consideram aceitável um acordo restrito entre Uruguai e Estados Unidos que inclua preferências tarifárias para, por exemplo, a carne bovina uruguaia. Em contrapartida, o Uruguai ofereceria benefícios para alguns produtos americanos.



Os dois países rejeitam, porém, que o Uruguai feche um acordo amplo com os EUA, a exemplo do assinado por Colômbia, Peru ou Chile. As chancelarias brasileira e argentina temem que o acordo inclua compras governamentais e serviços, temas que ainda não foram aprofundados dentro do Mercosul.



O embaixador Carlos Amorim, do Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, disse que o país nunca pensou em abandonar o Mercosul nem mudar as condições do bloco. Ele afirmou que ainda não há negociações com os EUA, apenas contatos e discussões.



Na última sexta-feira (8/9), em Canoas, no Rio Grande do Sul, o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse que obteve o consentimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que seu país avance nas negociações de acordos comerciais fora do Mercosul. ''Estou saindo (do encontro) muito feliz. Encontramos muita flexibilidade do Brasil e do presidente Lula'' , disse o líder uruguaio à imprensa.