Como a Câmara derrubou a reforma sindical de Lula

As medidas provisórias que reconheciam as centrais sindicais e criavam o Conselho Nacional de Relações do Trabalho foram rejeitadas pela Câmara dos Deputados. Veja como foi a votação.

A Câmara dos Deputados rejeitou as  Medidas Provisórias (MP) 293 e 294, durante o chamado esforço concentrado na noite da última segunda-feira (04/9). A MP 293 reconhecia as centrais sindicais, enquanto a MP 294 criava o Conselho Nacional de Relações do Trabalho.


 


A decisão dos deputados foi apoiada pelas confederações que compõem a estrutura oficial. Alguns de seus representantes chegaram a comemorar em plenário. O principal motivo de alegria dos pelegos é que, com a queda da 293, fica temporariamente afastada a possibilidade de os sindicatos escolherem para qual confederação querem repassar o dinheiro das contribuições.


 


“Eles têm pavor a qualquer transformação que aponte para a liberdade e autonomia sindicais ou que vincule a sobrevivência das entidades sindicais à representatividade que elas puderem comprovar na prática. O imposto sindical e a falta de ação são o eldorado deles”, avaliou Denise Motta Dau, secretária nacional de Organização da CUT. Ela é uma das lideranças da Central que estava em Brasília durante o esforço concentrado da Câmara, na tentativa de intervir no resultado das votações.


 


“O que aconteceu segunda-feira na Câmara não encerra nossa luta”, afirma a secretária nacional de Política Sindical, Rosane da Silva. “E não falo apenas da possibilidade de as duas MPs serem reapresentadas. Falo da volta de nossa pressão para que a reforma sindical, ampla e democrática, seja aprovada num segundo mandato de Lula”, completa.


 


Fonte: Tribuna Metalúrgica