Com Fidel ao lado, Raúl Castro estréia na cena internacional

Cuba estreará internacionalmente o mandato de Raúl Castro nesta segunda-feira (11/9), no início da 14ª Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (Noal). Seu irmão Fidel, presidente licenciado, será o anfitrião. “El Comandante” receberá autoridades que p

“Em sua entrada na zona presidencial, os chefes de Estado ou de governo, os príncipes herdeiros, os vice-presidentes de Estado ou de governo e os presidentes de Parlamento, e seus respectivos cônjuges, serão recebidos pelo Ex. Sr. Fidel Castro Ruz, presidente do Conselho de Estado e do governo da República de Cuba”, diz o programa na página oficial na internet.


 


Nos dias 15 e 16, mandatários avessos ao imperialismo americano – como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e o sírio Bashar Assad – são esperados em Havana para o segmento de Chefes de Estado. Outros 50 presidentes devem participar. Também os secretários-gerais das Nações Unidas, Kofi Annan, da Liga Árabe, Amr Mussa, e o presidente da União Africana, Denis Sassou Nguesso, são aguardados.


 


“Nos próximos dias, receberei visitantes distintos”, disse Fidel em sua mais recente mensagem, ao completar seus 80 anos. O estadista cubano deixou o poder temporariamente em 31 de julho, após uma cirurgia. Embora Fidel vá se encontrar com alguns de seus colegas, a agenda oficial está focada em Raúl, 75 anos.


 


Tradição cubana
É a segunda vez em 27 anos que Cuba assumirá a presidência do Foro. O objetivo dessa instância é revitalizar-se em prol do multilateralismo, num contexto mundial de hegemonia norte-americana. Dos fundadores do movimento, Cuba é o único país da América Latina. O bloco nasceu em plena Guerra Fria, como alternativa às alianças militares do ocidente reunidas na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o bloco socialista que liderou a ex-URSS. O Noal realizou sua primeira cerimônia em Belgrado em 1961.


 


Mais de 3.000 visitantes – entre delegados, convidados e imprensa – chegarão à capital cubana. Com 116 membros, a organização é um dos maiores mecanismos de afluência do mundo, com 60% das nações. Haverá cerca de 30 delegações de países convidados, entre eles a União Européia, cinco organizações internacionais e dois movimentos pela libertação. Os Estados Unidos, presentes na reunião anterior na Malásia, não participarão do encontro.


 


A cúpula terá um segmento técnico (segunda e terça), um de chanceleres (quarta e quinta) e o de chefes de Estado ou governo (sexta e sábado), quando Fidel reaparecerá publicamente. No último dia 5, em mensagem escrita aos cubanos, o líder cubano assegurou que o momento mais crítico de sua doença “ficou para trás” e que, apesar dos 18,6 quilos perdidos, se recupera em “ritmo satisfatório”.