No Rio, G-20 se reúne e debate futuro da OMC

Os países em desenvolvimento que fazem parte do G-20 estão reunidos a partir deste sábado (09/9) no Rio de Janeiro, com o objetivo de encontrar novas bases para a Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). A rodada foi suspensa em julho des

O papel do G-20 foi considerado “de destaque” pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ao discursar na abertura da reunião – que é uma tentativa de retomar as negociações -, Amorim disse que o grupo está no “centro do processo”. O encontro internacional, que teve início pela manhã, vai até domingo.


 


“Partimos de uma situação em que éramos demonizados como o grande obstáculo que impedia um acordo para outra em que somos vistos por todos como interlocutor indispensável. E mesmo como único capaz de oferecer um ponto de equilíbrio entre posições conflitantes'', disse Amorim.


 


Sem retrocesso
O ministro afirmou que o relançamento da rodada não pode ocorrer em detrimento dos progressos já obtidos. “Não aceitaremos a saída fácil de retroceder face às divergências ou de reduzir o nível de ambição', disse o ministro. “Temos a partir de Hong Kong uma data para a eliminação total dos subsídios e outras formas de apoio ä exportação”.


 


Autoridades de 28 países participaram da abertura. Além do G-20, estavam presentes representantes do G-33 (que defende um tratamento especial, devido à forte presença da agricultura de subsistência), do ACP (países da África, Pacífico e Caribe, que foram colônia européias), do LDC (grupo de países menos desenvolvidos do mundo) e do Cotton 4 (grupo de produtores de algodão).


 


À tarde, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, participa do encontro com os grupos. No domingo, haverá seções individuais com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, o ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa e com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab.


 


O G-20
O G-20 reúne países em desenvolvimento considerados grandes exportadores de produtos agrícolas. O grande impasse da Rodada Doha, suspensa desde a ultima reunião da OMC, foi a negociação sobre a redução de subsídios por parte dos países desenvolvidos, reivindicada pelos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.


 


Na 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que ocorreu em Hong Kong, foi fixada o ano de 2013 para o fim dos subsídios concedidos aos exportadores agrícolas na União Européia, com previsão de uma diminuição “substancial” em 2010.