Chávez lança campanha e diz que eleição é contra EUA

Começou a luta de Hugo Chávez para consolidar a revolução bolivariana. O presidente venezuelano apresentou neste sábado (09/9) os integrantes dos ''batalhões, esquadras e pelotões'' do comitê de campanha para sua reeleição. O ato reuniu milhares de ele

Publicado 09/09/2006 22:12

Com a mão direita levantada, centenas de voluntários para os comandos de campanha, vindos de toda a Venezuela, prestaram juramento se comprometendo a lutar para conseguir a reeleição do presidente. Chávez, tenente coronel retirado, classificou os processos eleitorais de ''batalhas''. Ele conclama seus o povo venezuelano a agir como um exército para derrotar os interesses das oligarquias locais e dos impérios mundiais.

Ao começar seu discurso na Avenida Bolívar, Chávez reiterou que, nesta campanha presidencial, não lutará contra os representantes dos partidos de oposição – mas contra o governo dos Estados Unidos. ''Na verdade não os estamos enfrentando, e nenhum soldado combatente dos batalhões, dos pelotões, das esquadras e dos comandos de campanha deve se esquecer disso'', continuou, enfatizando que o imperialismo americano ''é o verdadeiro adversário''.

Parafraseando passagens da Bíblia, Chávez lembrou que o processo que lidera é uma ''revolução cristã''. ''Saiam por aí e semeiem nossa mensagem de amor. E se o Diabo (em referência ao governo americano) aparecer, agarrem-se em Cristo, o Redendor, o maior revolucionário da história.''

Mobilização
Desde muito cedo, simpatizantes da revolução bolivariana chegavam a Caracas de diferentes lugares do país. Os voluntários para o comitê de campanha foram à Avenida Bolívar de Caracas em três passeatas, vindas de pontos distintos da Venezuela.

Vestidos de vermelho – cor que representa o partido do presidente -, os manifestantes levantavam as duas mãos simbolizando os 10 milhões de votos que Chávez disse que obterá nas eleições presidenciais. Com bandeiras venezuelanas e dos partidos do ''chavismo'' nas mãos, eles cantaram a favor de Chávez e do presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro.

O presidente usou binóculos do palanque para e garantiu que ganhará as eleições de dezembro por uma ampla margem. Chávez vai tentar a reeleição como presidente da Venezuela no dia 3 de dezembro.

Mais apoios
Também neste sábado, o líder bolivariano anunciou que a Liga Árabe inteira apoiará a Venezuela em sua aspiração por uma vaga como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). ''Apesar da grande capacidade de chantagem, de ameaça e de pressão, o grande poder econômico, político e militar dos Estados Unidos, ocorreu há poucas horas o que eu acreditava que seria quase impossível: a Liga Árabe em cheio votou a favor da Venezuela para apoiá-la a ocupar seu posto de dignidade'', discursou Chávez.

''Com todo o poder que os Estados Unidos têm dentro do Iraque, (…) o Iraque vota junto com a Liga Árabe pela Venezuela no Conselho de Segurança das Nações Unidas'', destacou o presidente venezuelano. Chávez acusou o governo dos Estados Unidos de lançar uma campanha contra a Venezuela para evitar sua entrada no Conselho de Segurança da ONU.