Volks volta a negociar demissões na Alemanha

A direção da Volkswagen e o sindicato alemão do setor retomaram hoje as negociações para negociar o plano de reestruturação anunciado pela companhia no início deste ano, que pode atingir 20 mil empregos nas fábricas alemãs da companhia.

No Brasil, a direção da montadora e os funcionários da unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, também voltaram a discutir as 3,6 mil demissões anunciadas na fábrica. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deu prazo até a próxima terça-feira para um acordo. Caso contrário, os trabalhadores podem voltar à greve.
Na Alemanha, o chefe de recursos humanos da Volks, Horst Neumann, disse no início da reunião de hoje que os principais assuntos do encontro serão os custos trabalhistas e a capacidade de produção das fábricas.


 


Neumann afirmou que os custos trabalhistas das seis fábricas do leste da Alemanha são os mais altos da indústria automobilística, enquanto seus resultados são os mais baixos. Segundo o funcionário, o que as partes debaterão hoje e nas próximas semanas é “o futuro da Volkswagen na Alemanha”.


 


O responsável pelo sindicato alemão do setor, Hartmut Meine, garantiu que o interesse principal da entidade que representa é garantir os postos de trabalho a longo prazo nos seis centros de produção afetados.


 


Entre as medidas propostas pela companhia, está o prolongamento da jornada de trabalho para 35 horas semanais – em vez das 28,8 horas atuais – sem compensação salarial. Essa medida teria como objetivo fazer frente à perda de centenas de milhões de euros dessas fábricas.


 


Até agora, os sindicatos rejeitaram a proposta e reivindicaram medidas concretas para o preenchimento da capacidade de produção, para a ocupação dos empregados de cada fábrica e para que os trabalhadores participem dos resultados da companhia.


 


O presidente da Volkswagen, Bernd Pischetsrieder, disse na quinta-feira que não espera um acordo rápido entre as partes, já que o “problema é muito complexo”, mas calcula que as negociações serão concluídas antes de novembro.


 


O acordo coletivo que está atualmente em vigor na Volkswagen impede a demissão de empregados até 2011 nas seis fábricas do leste da Alemanha, onde trabalham 100 mil pessoas.


 


Até o início da semana, 3.500 trabalhadores tinham aceitado uma demissão voluntária, enquanto cerca de 10 mil empregados perto de se aposentarem aceitaram contratos de trabalho de meio expediente.


 


Fonte: JB Online / Investnews