Pinochet perde imunidade em julgamento por torturas

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet perdeu a imunidade hoje na Corte Suprema do Chile por sua responsabilidade no seqüestro de 36 opositores e a tortura de outros 23 no centro de detenção “Villa Grimaldi”, em 1974.

A informação foi fornecida aos jornalistas por fontes judiciais que informaram que os magistrados divulgarão na próxima semana o detalhe da votação e seus fundamentos.


 


Na audiência na Corte Suprema, integrado por 12 membros, Pinochet foi defendido pelo advogado Ambrosio Rodríguez, enquanto os advogados Eduardo Contreras, Hiram Villagra, Hernán Quezada e Boris Paredes representavam os familiares das vítimas.


 


Esta é a primeira vez que o ex-ditador (1973-1990), de 90 anos, perde sua imunidade como ex-governante por um caso de torturas.


 


A perda de imunidade de Pinochet foi pedida em 7 de outubro de 2005 pelo juiz Alejandro Solís, que o acusou de responsabilidade em seqüestros, homicídios e torturas relacionadas com o centro de reclusão “Villa Grimaldi”. Cerca de 400 presos políticos desapareceram após serem levados a este centro.


 


O ex-ditador perdeu a imunidade neste caso em 20 de janeiro pela Corte de Apelações, que validou as suspeitas efetuadas pelo juiz Solís, sentença da qual a defesa apelou.


 


Entre os desaparecidos em “Villa Grimaldi” estão Luis Palomino Rojas, Claudio Thauby Pacheco, Fernando Silva Letelier e María Julieta Ramírez, que desapareceram em 1974. Ramírez era a mãe de Oscar Castro, ator e diretor do teatro “Aleph”, na França.


 


Por este mesmo caso, Solís processou 14 repressores em agosto de 2005, entre eles o general reformado Manuel Contreras, que dirigiu a Polícia política de Pinochet, e os também generais Hernán Ramírez Hald e César Manríquez.


 


Além disso, os brigadeiros Pedro Espinoza, Miguel Krassnoff e Fernando Laureani; os ex-coronéis Marcelo Morén Brito, Haroldo Latorre, Rolf Wenderoth e Gerardo Urrich, o ex-capitão Manuel Carevic e o suboficial Basclay Zapata, todos do Exército.


 


A lista é completada com o civil Osvaldo Romo Mena e o ex-oficial de Gendarmaria (Serviço de Prisões) Osvaldo Manzo.


 


Com esta resolução, o ex-ditador soma 11 perdas de imunidade, por casos de violações dos direitos humanos e por corrupção.


 


Fonte: EFE