Bachelet descarta investir em energia nuclear no Chile

A presidente chilena Michelle Bachelet pôs um fim nesta terça-feira (5/9) na discussão sobre a construção de uma central nuclear como alternativa para o desabastecimento energético e afirmou que essa opção não é considerada na matriz energética chilena.

“Não promovi o uso de energia nuclear como parte da nossa matriz energética e não fiz isso porque não me parece prudente, porque é uma convicção pessoal, já que os perigos são conhecidos”, declarou.



O ministro do Interior do Chile, Belisario Velasco, havia anunciado na última segunda-feira o início do programa nuclear chileno, que incluiria a construção de uma central de energia atômica, surpreendendo até mesmo setores governistas.



Velasco afirmou ainda que em breve começariam uma série de estudos científicos e técnicos para incrementar a capacidade de geração de energia atômica no país.



“As decisões políticas fundamentais para o meu governo já estão tomadas, e o que eu disse é que vamos fazer nesses dias os estudos necessários para que os próximos governos possam tomar suas decisões”, afirmou a chefe de governo.



Recursos renováveis
A presidente ressaltou ainda a necessidade de análises profundas sobre o tema no Chile. “Aqui não há espaço para erros, nem para discursos fáceis, nem para improvisos, nem para repúdios.”



Bachelet acrescentou que seu compromisso de buscar uma diversificação de fontes de energia será centrando principalmente nos recursos renováveis. “Temos substitutos do gás natural para geração de energia, para garantir o uso industrial e residencial”, destacou a presidente.



O anúncio do governo chileno acontece em meio a uma crise originada pelos cortes de fornecimento de gás argentino ao país. A imprensa argentina afirma que os cortes de gás poderiam ser ampliados no ano que vem para os consumidores residenciais no Chile, que até agora não foram afetados.