Chapa da UJS vence eleição na Federal de Minas Gerais

A União da Juventude Socialista (UJS) vai assumir mais um Diretório Central dos Estudantes (DCE). Em 30 e 31 de agosto, a Chapa Mutirão conquistou 3.579 votos (54%) e venceu as eleições na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além da UJS, o grupo

A disputa envolveu 6.641 alunos – quase o dobro do ano passado – e teve como principal derrotada a chapa de situação. Batizada como A Plenos Pulmões e composta sobretudo por PSTU e PSOL, a candidatura amargou o segundo lugar, com 2.292 votos (34,5%). Em seguida, veio a chapa A Correnteza (PCR e independentes), que teve 337 votantes (5%). Já os anarquistas da chapa Ninguém receberam o voto de 287 estudantes (4%).


 


A nova diretoria do DCE será encabeçada por Leonardo Rodrigues, o Léo, estudante de Jornalismo e membro da UJS-MG. “Estava em disputa a concepção de movimento estudantil da universidade”, afirmou. “Mais uma vez, foi derrotado o grupo daqueles que não dialogam com os estudantes e defendem um movimento afastado do dia-a-dia acadêmico.”


 


Léo lembrou que a derrota de “grupos que pregam a divisão do movimento estudantil” não foi um fato isolado. Ocorreu também nas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Goiás (UFG) e de Santa Catarina (UFSC). De acordo com o novo coordenador-geral do DCE, a campanha da chapa Pleno Pulmões ainda foi reforçada por 40 militantes de outros estados.


 


Um novo diretório
Apesar da participação de militantes da UJS e do PCdoB, são os estudantes independentes que formam a maioria do próximo diretório estudantil. O movimento Mutirão tentará ajudar a universidade, sem dar continuidade ao aparelhamento partidário que tomou conta do DCE. O desafio da nova diretoria é retomar as atividades, criar uma cultura de participação – já que o DCE abandonou, nos últimos tempos, as questões internas da UFMG.


 


A chapa vencedora se propõe a debater a construção do Parque Tecnológico, o desenvolvimento das Empresas Juniores e a integração dos alunos por meio de eventos esportivos e culturais. Seus membros reivindicam um espaço no campus para festas que não atrapalhe aulas do período noturno. Léo enfatiza também a necessidade de “retomar o diálogo com a reitoria, através da participação efetiva dos órgãos colegiados, que vinham sendo negligenciados pelo DCE”.


 


Para reaproximar os estudantes, o Mutirão reivindica a mudança da sede do diretório para o campus Pampulha, além da organização do Orçamento Participativo. Outra luta do grupo é para se chegar a uma alternativa às taxas destinadas para Assistência Estudantil. “É necessário garantir que o artigo da reforma universitária que prevê uma rubrica específica para Assistência Estudantil seja aprovado no Congresso Nacional”, afirma Léo.


 


O cálculo levaria em conta a previsão do orçamento de custeio da UFMG em 2006. Uma rubrica de 14% equivaleria a R$ 8,2 milhões – cerca de 70% do que a FUMP (Fundação Mendes Pimental) arrecada com as taxas. Na opinião de Léo, “seria o começo da transição para a criação de uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil”. A aprovação do artigo no Congresso requer ampla mobilização de diretórios e entidades, para atuarem com a UNE (União Nacional dos Estudantes). Do contrário, diz Léo, pode prevalecer o lobby daqueles que são contra a universidade pública e gratuita.