Dirceu: política externa favorece Lula e expõe Alckmin ao “ridículo” 

O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado, José Dirceu, fez um comentário revelador sobre as diferenças entre as duas principais candidaturas presidenciais (Lula e Alckmin) em relação a um ponto pouco debatido nesta campanha: a política externa. Segund

 


Leitura obrigatória: as matérias do Valor Econômico sobre as propostas dos candidatos Lula e Alckmin sobre política externa, “Lula quer maior aproximação com AL e África” e “Para Alckmin, prioridade seria relação com países ricos”.


 


Elas mostram as diferenças entre Lula e Alckmin e desmentem a surrada tese (de muitas viúvas tucanas) de que não existe diferenças entre os candidatos e partidos e não há debate programático na eleição. Os debates sobre a política externa e sobre as saídas para a retomada do crescimento com desenvolvimento são a prova contrária.


 


Na matéria, ficam claras a crítica e a negação que Alckmin faz da política externa de Lula, classificando-a como ideológica, partidária e politizada. Além disso, o candidato tucano diz que fechará embaixadas na África, abandonará a luta por um lugar no Conselho de Segurança da ONU e retomará o contencioso com a Argentina a respeito das salvaguardas – ou seja, não aceita e nega os acordos de adaptação competitiva recém-firmados entre os dois países.


 


O representante do consórcio tucano-pefelista pretende priorizar as relações com os EUA e com a Europa, ainda que, como a própria matéria relata, não diga como, já que não retomará o Tratado de Livre Comércio ou a Alca e, com relação à UE, não apresenta nenhuma nova idéia para além da política do atual governo. Fica clara a sua crítica ao Mercosul, que será revisto.


 


Já Lula propõe aprofundar o Mercosul, com iniciativas como o Fundo Estrutural Emergencial e o Banco Sul, para apoiar os países menores e superar as assimetrias do Mercosul, reafirma a luta na OMC e pelo assento no conselho da ONU, além da continuidade da atual política africana do Itamaraty e de aliança sul-sul. Assim, portanto, contatamos que há duas visões do mundo e dos interesses do Brasil.


 


Ao acusar Lula de politizar negociações comerciais, Alckmin cai no ridículo, pois toda discussão comercial, principalmente sobre protecionismo e subsídios, é política – e nos EUA e na UE não há nada mais partidário e ideológico do que a discussão sobre comércio internacional e política internacional.


 


Frente ao sucesso da política externa e comercial de Lula, reconhecida pelo eleitorado, os tucanos não têm outra saída a não ser recair em um velho cacoete elitista. Pensam que todos somos idiotas, que não sabemos que eles querem mesmo é a Alca ou o TLC e o acordo com a EU. O resto é o velho preconceito contra a África e a América do Sul, típico de certas elites paulistas.


Fonte: Blog do Zé Dirceu