Iraque anuncia prisão de chefe da Al-Qaeda

As autoridades iraquianas anunciaram neste domingo (03/9) a prisão do número dois da organização Al-Qaeda no Iraque, cujo primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, optou por enfrentar o governo regional curdo para que a bandeira nacional seja hasteada em todo o

Hamed Jumaa al-Saidi, apresentado como subchefe da Al-Qaeda no país, está detido desde meados de junho. mas a prisão durante uma operação conjunta das tropas iraquianas e americanas só foi divulgada agora.


 


“Prendemos o número dois da Al-Qaeda no Iraque, Hamed Jumaa al-Saidi. Ele é o adjunto direto de Abu al-Masri, líder da Al-Qaeda”, disse o conselheiro de Segurança Nacional do país, Muaffaq al-Rubaie, ao canal de televisão público Iraqia.


 


Segundo ele, a detenção foi possível graças às informações obtidas após a morte do líder da Al-Qaeda no país, o jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi. “Al-Saidi foi detido em meados de junho, no norte de Baaquba, perto do local onde Zarqawi foi eliminado”, acrescentou o conselheiro de Segurança.


 


“Hamed Jumaa al-Saidi era o chefe direto de Haithem al-Badri, o responsável pelo atentado contra o mausoléu de Samarra”, explicou. O egípcio Abu al-Masri sucedeu al-Zarqawi, morto em 7 de junho durante um ataque aéreo do Exército americano perto de Baaquba, 60 km ao norte de Bagdá, na liderança do grupo terrorista.


 


No plano político, a espinhosa questão da autonomia do Curdistão iraquiano e a tentação separatista dessa zona voltaram à tona com a decisão do premier Maliki de enfrentar os antigos aliados curdos. “A atual bandeira do Iraque deve ser içada em cada centímetro de terra iraquiana, enquanto o Parlamento não tomar uma decisão sobre o tema, conforme a Constituição”, afirma um comunicado assinado pelo premier.


 


Na segunda-feira, o governo regional curdo determinou que apenas a bandeira curda seja exibida nos edifícios públicos da região autônoma do Curdistão iraquiano, onde às vezes esta era vista ao lado da bandeira do Iraque. Pressionado pelos partidos sunitas, o primeiro-ministro xiita decidiu intervir em uma questão ao mesmo tempo simbólica e sensível. “Nas regiões onde se hasteia a bandeira baathista ordenamos que a mesma seja retirada e substituída pelo pavilhão curdo”, anunciou o governo regional no início da semana passada.


 


A mítica das bandeiras
O conceito de bandeira baathista é usado pejorativamente para designar o pavilhão iraquiano pelo nome do antigo partido único do país (Baath), do ex-presidnete Saddam Hussein, julgado pelas campanhas militares de Anfal, que deixaram 180.000 mortos em 1987 e 1988 no Curdistão.


 


A bandeira iraquiana tem três faixas horizontais com as cores vermelho, branco e preto, acompanhadas por três estrelas e a frase Alá al Akbar (Deus é maior) em tom verde, em honra ao Islã. A bandeira curda está formada por faixa horizontais vermelho, branco e verde, com um sol no centro. Autônomo desde o final da primeira guerra do Golfo em 1991, o Curdistão possui Forças Armadas próprias e constitui uma área de paz em um país à beira da guerra civil.


 


Ainda neste domingo, a criação de um Estado-Maior unificado do Iraque foi adiada mais uma vez por divergências entre iraquianos e americanos. A violência que não dá trégua ao país custou neste domingo a vida do representante em Amara do grande aiatolá Ali Sistani, principal autoridade religiosa xiita no país. O Exército dos Estados Unidos anunciou a morte de dois militares na explosão de uma bomba na zona leste de Bagdá.