Bush é assassinado por franco-atirador em telefilme

O presidente dos Estados Unidos está com os dias contados. George W. Bush será assassinado em 2007 por um franco-atirador fanático, ao deixar um hotel em Chicago. Você poderá ver as imagens do crime pelo Channel 4, mas apenas em 9 de outubro. É quando a e

A Casa Branca preferiu não se pronunciar sobre o destino cinematográfico de Bush, mas muitos americanos já se sentem constrangidos. Produtora do filme, a More4, braço digital do Channel 4, limita-se a dizer que o filme, de 90 minutos, analisa ''o que o terrorismo fez com os Estados Unidos''. Seria, portanto, uma trama fictícia fortemente baseada na realidade.


 


Só que aí vem outra polêmica: o presidente morto tem exatamente a face de Bush. Gabriel Range, diretor de Death of a President, mesclou imagens de arquivo com cenas gravadas em estúdio. Conseguiu um realismo impressionante, como relata Sérgio Dávila em seu blog: ''O longa usa imagens reais manipuladas digitalmente para mostrar um sujeito colado com o rosto do presidente norte-americano sendo atingido, agarrado por agentes do serviço secreto e se retorcendo com o golpe''.


 


Antes do assassinato, a história mostra Bush se defrontando com um público hostil. O presidente tinha programado um discurso em Chicago para empresários de ponta. Em vez de bajulação, depara-se com protestos contra a guerra do Iraque e, irritado, abandona o encontro. Em seguida, sofre o atentado no Sheraton Hotel, atribuído inicialmente a um homem sírio. A bala que atinge Bush é disparada por um atirador de elite.


 


As ambições do projeto
É curioso ressaltar que o telefilme não será exibido numa emissora como a Al-Jazeera, que é francamente avessa aos Estados Unidos. O Channel 4 é uma rede de televisão pública da Grã Bretanha – e Bush não teve aliado mais fiel que o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. A expectativa do Channel 4 é vender o filme para diversas emissoras americanas.


 


Público para esse tipo de programa existe. Veja-se o caso de Fahrenheit 11 de Setembro, o mais famoso dos filmes sobre Bush. Além de receber a maior ovação na história do Festival de Cannes (onde ganhou a Palma de Ouro), foi o primeiro documentário que, após seu primeiro fim de semana de exibição, liderou as bilheterias nos Estados Unidos.


 


O Channel 4 divulgou apenas uma foto de Death of a President – justamente a que mostra o atentado a Bush. Não foi preciso fazer mais nada. Americanos que moram em Londres iniciaram a reação negativa. Opinaram que o filme é motivação suficiente para gente extremista. A trama, segundo eles, é um combustível para desejos terroristas.


 


''A maioria da população vai achar que retratar a morte do presidente é algo de muito mau gosto'', disse ao Times a americana Michelle Bowman, que trabalha no grupo Bowman. ''Não consigo imaginar como veículos norte-americanos vão aceitar exibir esse filme''.


 


Gretchen Essell, uma porta-voz do Partido Republicano dos Estados Unidos, achou o filme ''chocante'' e ''perturbador'', mesmo sem ter visto cena alguma. ''Não posso apoiar um vídeo que simule o assassinato de nosso presidente, real ou imaginário. A grande realidade é que o terrorismo ainda existe em nosso mundo. A guerra contra o terror não acabou.''


 


''Sério e sensível ''
O cineasta Gabriel Range não concorda com as críticas ao seu longa-metragem, claro. ''O filme é baseado em pesquisas meticulosas e em entrevistas com agentes do FBI. É um filme sério e sensível. Não existe possibilidade que incentive qualquer pessoa a assassinar Bush'', afirmou.


 


Segundo Peter Dale, diretor do Channel 4 , ''a intenção por trás da obra é boa''. Dale sustena que ''não se trata de sensacionalismo nem simplismo – mas de um drama provocante e forte. Algumas pessoas ficarão aborrecidas, mas é uma obra sofisticada''.


 


Death of a President será exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto. As sessões estão marcadas para 10, 12 e 15 de setembro. Se Peter Dale estiver certo, serão oportunidades para o público vez ''um exame do que a guerra ao terror fez no sistema político americano''.


 


Por André Cintra,


da Redação