Greve na Volks tem apoio nacional e divulgação mundial

A greve dos trabalhadores na Volks ganhou apoio nacional e divulgação mundial. O presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, está conversando com sindicatos do Brasil inteiro para promover atos de apoio à mobilização dos companheiros de São Bernardo. O

O presidente da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que participou ontem da assembléia, confirmou presença na panfletagem do dia 6. ''Estamos dando todo apoio ao movimento. Pode haver uma reação em cadeia, também com reflexos negativos nas autopeças''.


 


''Viemos aqui dar nossa solidariedade para que a moral dos trabalhadores continue alta. É preciso enfrentar a chantagem da empresa'', disse Antonio Netto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, que também esteve na assembléia.


 


Já o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro encaminhou nota onde afirma: ''Saudamos a disposição dos companheiros na Volks e da diretoria do Sindicato que buscaram o caminho da resistência e da luta frente a uma medida covarde que mais uma vez penaliza os trabalhadores''.


 


A Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) ressalta: ''Estamos indignados com esse tipo de demissão em massa, sendo que a indústria automobilística está em pleno desenvolvimento em nosso País''.


 


Também manifestaram apoio os metalúrgicos de Guarulhos, Ouro Preto, São Paulo, Ponta Grossa (PR) e Sorocaba; trabalhadores em Processamento de Dados do Rio Grande do Sul; Federação Nacional dos Carteiros; servidores públicos de Três Pontas (MG), Associação dos Secretários Municipais de Esporte e Lazer de São Paulo; Federação dos Frentistas; Trabalhadores em Alimentação de São Paulo; Câmara de Vereadores de Diadema; Câmara de Vereadores de São Bernardo; bancários de São Paulo; químicos do ABC; comerciários de São Paulo; servidores Municipais de São José dos Campos; Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto de São Paulo; Associação dos Professores das Universidades Públicas


 


Mais um dia sem produção
A produção da Volks continuou totalmente parada durante todo o dia de ontem e mais 940 carros deixaram de ser produzidos. Na assembléia conjunta realizada à tarde os trabalhadores decidiram não modificar a tática da greve e vão continuar parados cada um em sua área.


 


De acordo com a Comissão de Fábrica, supervisores tentaram por duas vezes furar a greve na estamparia, durante a noite de ontem, mas a pressão da companheirada impediu a ação. O coordenador da Comissão, Valdir Freire, o Chalita, disse que a orientação é ficar parado até segunda-feira, quando haverá nova assembléia à tarde.


 


A falta de produção na Anchieta, segundo ele, já começou a afetar as fábricas em Taubaté e São José dos Pinhais. Chalita lembrou que os trabalhadores devem seguir as orientações do Sindicato e da Comissão de Fábrica. Disse também que o pessoal não deve dar atenção aos encaminhamentos contrários às decisões da assembléias que aparecem em discursos nas áreas ou em boletins.


 


O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, desafiou a Volks a iniciar um processo de negociação sério, sem a imposição de demissões e perda de direitos. ''Nossa proposta é que a Volks invista aqui na Anchieta, traga produtos e mantenha a fábrica aberta'', disse. Ele acredita que é possível construir um acordo que atenda as duas partes.


 


Por Raquel Camargo (Tribuna Metalúrgica)