CGU aponta máfia das ambulâncias que agia desde 1980

O ministro da CGU, Jorge Hage, encaminhou ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, um relatório que mostra que o grupo paranaense também vendia ambulâncias superfaturadas e pagando propinas, porém desde muito antes da Planam. Uma carta anexada ao relatório, assinada por Silvestre Domanski, aparentemente líder do grupo, datada de dezembro de 1999 e dirigida a prefeitos, diz que o grupo atua no setor há mais de 15 anos. “Domanski era o principal concorrente da Planam”, disse Hage, à revista IstoÉ Dinheiro.

Um grupo empresarial familiar

Segundo o relatório, o grupo venceu pelo menos 200 licitações realizadas por prefeituras, entre 2000 e 2004, sendo 44 no Paraná e 40 na Bahia. Esses números referem-se a um universo de 3.048 prestações de contas de convênios já executados, podendo existir outros casos.

O grupo da família Domanski é integrado pelas empresas Domanski Comércio Instalação de Equipamentos Médico Odontológicos, Saúde Sobre Rodas Comércio de Materiais Médicos, Martier Comércio de Materiais Médicos e Odontológicos, Maetê Comércio de Materiais Médicos e Odontológicos, Curitiba Bus Comércio de Ônibus e Merkosul Veículos. Todas as empresas têm como sócios comuns membros da família e sede em Curitiba.

Pelos dados recolhidos pela CGU, nas prestações de contas dos convênios já executados, a empresa Saúde Sobre Rodas aparece como campeã das contratações desse grupo, tendo vencido 142 licitações. A CGU identificou também indícios de outras empresas, não pertencentes à família Domanski, que podem estar associadas ao esquema, pois aparecem sistematicamente como participantes perdedoras das licitações vencidas pelo grupo paranaense.

Com agências