Lula lembra que reduziu impostos e cobra oposição

Em entrevista ao Jornal da Globo, exibida na madrugada de hoje (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provou que, ao contrário do que dizem os adversários, seu governo reduziu a alíquota do imposto de renda e foi mais eficiente na arrecadaç

Além disso, o presidente garantiu aos jornalistas William Waack e Christiane Pelajo que as condições para um desenvolvimento sólido e duradouro do país estão asseguradas e que as políticas de assistência social deverão ser fortalecidas e aperfeiçoadas caso seja reeleito.


 


Realizada no Palácio do Alvorada, a entrevista foi ao ar por volta de uma hora da manhã de hoje. O primeiro tema abordado foi o do crescimento econômico brasileiro. Lula rebateu os críticos que insistem em comparar a economia brasileira com a de outras nações e afirmou que o governo preparou o Brasil para um desenvolvimento mais robusto e duradouro nos próximos anos. “Podem existir alguns países crescendo mais do a gente. Mas nenhum tem a conjuntura de fatores positivos que tem a macroeconomia brasileira. Nós temos crescimento econômico, crescimento das exportações, crescimento da produção industrial, crescimento do crédito, crescimento da balança comercial, crescimento da balança de conta corrente – o que é uma coisa inusitada na história do Brasil”, afirmou.


 


Sobre a polêmica da carga tributária, o presidente demonstrou que houve aumento da arrecadação e não dos impostos. “Alguém viu algum aumento de imposto? Pelo contrário, tivemos redução do Imposto de Renda – nós reajustamos duas vezes a alíquota que tinha ficado cinco anos sem reajuste. Desoneramos em R$ 19 bilhões os impostos, e vamos continuar desonerando”, garantiu. Para Lula a maior arrecadação se deve a eficiência do governo. Ele ainda lembrou que a reforma tributária já está parcialmente votada e cobrou responsabilidade da oposição. “Faz pouco mais de 30 dias que preparamos o pacote que ia ser votado, fizemos até a concessão de dar 1% a mais do Fundo de Participação dos Municípios. Acontece que a oposição não quis votar. Se votarem, nós teremos uma reforma tributária ainda este ano, reduzindo de 27 alíquotas do ICMS para apenas cinco”, explicou.


 


Os entrevistadores também pediram a opinião do presidente sobre a recente crise entre trabalhadores metalúrgicos e a Volkswagen. Lula fez questão de lembrar que não tem ingerência sobre os problemas da fábrica, mas criticou a decisão unilateral da empresa. “Acho que a Volkswagen se precipitou em anunciar a dispensa dos trabalhadores por carta sem conversar com o governo e sem conversar com o sindicato adequadamente”, disse, ressaltando acreditar que ainda há espaço para negociações. “Possivelmente a gente venha a ter essa conversa”, afirmou. Lula lembrou que, durante o seu governo, 27 mil empregos foram criados na indústria automobilística.


 


O presidente também explicou a importância dos programas sociais do governo –  setor onde os investimentos subiram de 7 para 22 bilhões nos últimos quatro anos. Para ele as pessoas sempre serão sua prioridade.  “Uma estrada pode esperar um dia, uma semana ou um mês, mas a fome não pode esperar”, lembrou. “O que nós estamos fazendo é criar uma forte política de assistência social para garantir que as pessoas possam tomar café de manhã, almoçar e jantar. Isso está na Bíblia, isso está na nossa consciência de cristão e na nossa consciência de homem público”, defendeu. E, em seguida, acrescentou que “nós precisamos fazer com que haja muita formação e muita geração de empregos, porque esta sim é a porta de saída das pessoas que estão vivendo com os programas sociais”, explicou.


 


Quando o tema abordado foi a educação, Lula destacou os esforços que o governo realizou nos últimos anos para recuperar o atraso nessa área. “Hoje os Estados têm uma quantidade enorme de escolas com laboratórios e nós aprovamos uma lei aumentando de oito para nove anos o tempo de permanência da criança na escola”, afirmou. O presidente ressaltou que, desde junho do ano passado, enviou para votação o projeto que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb) que garantirá R$ 5 bilhões a mais para investimento na educação, possibilitando inclusive a criação de um piso salarial nacional para os professores.


 


Segundo Lula, o governo também está se preocupando com a formação dos professores e com a avaliação da qualidade do ensino. “Neste país, se media a qualidade da educação investigando apenas seis mil escolas e 290 mil alunos. Nós, em 2004, mudamos. Passamos a investigar 41 mil escolas e passamos a investigar 3,6 milhões alunos da quarta e da sexta série”, explicou, criticando a decisão do governo de São Paulo de não participar desse sistema de avaliação.


Fonte: www.lula.org.br