Palocci em campanha pela “autonomia” do Banco Central

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci transformou sua campanha para deputado federal (pelo PT-SP) numa cruzada pela formalização da “autonomia” do Banco Central. Ele voltou a defender a proposta nesta quarta-feira 30), mas reconheceu que, do ponto de v

Mesmo assim o ex-ministro, demitido do governo Lula em fevereiro, insiste. No seminário “Brasil: Perspectivas e Propostas 2007-2010”, na capital paulista, ele disse que o próximo governo Lula deve “ter a coragem de iniciar o debate”, já no primeiro momento.



Exemplo é o de Tony Blair



“Acho que ele deve ser debatido, deve ser levado, assim como fez o governo trabalhista da Inglaterra, quando, no primeiro momento, fez a independência do Banco Central”, disse Palocci. A menção ao governo Tony Blair deixa claro que o ex-ministro tergiversava quando procurou fazer uma distinção entre “independência” e “autonomia” do BC. “Autonomia” é apenas uma maneira de defender a independência num país onde “todos têm resistência” à proposta neoliberal que compõe um dos pilares do “Consenso de Washington”.



De acordo com o ex-ministro, a autonomia do BC constitui uma reforma de custo baixo, com benefícios elevados. “Certamente, vamos ganhar queda na taxa de juros, se nós formalizarmos a autonomia do Banco Central. Os benefícios já estão vindo na atitude prática e virão mais numa consolidação desta norma”, disse.



Palocci foi o responsável por implantar, à frente do Ministério da Fazenda, uma espécie de autonomia não-declarada do Banco Central. Sua tentativa de formalizar a medida, porém, é vista com ceticismo. Onde fracassou o ex-poderoso ministro, é duvidoso que triunfe o deputado Antonio Palocci — que busca com o mandato, além da “autonomia” do BC, a imunidade parlamentar que o protegeria do processo que corre contra ele, pela queda ilegal do sigilo fiscal do caseiro Francenildo dos Santos Costa.



Com agências