Tarso: FHC faz esforço enorme para baixar o nível da campanha

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, classificou como “desespero” as afirmações destemperadas feitas nesta terça-feira (29) pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Atordoado com a possibilidade de o presidente Lula reeleger

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta terça-feira (29) em discurso a empresários e outros representantes da elite paulista que a candidatura tucana de Geraldo Alckmin à presidência precisa liquidar a diferença nas pesquisas de opinião pública em relação a Luiz Inácio Lula da Silva. Fernando Henrique incitou o público que se dizia indignado com as denúncias de corrupção do governo a “botar fogo no palheiro” numa tentativa de reverter a baixa popularidade de Alckmin nas sondagens.


 


“O povo também está indignado e precisamos despertar essa indignação. É fogo no palheiro. É isso que nós precisamos. Muitas vezes me tolho por já ter sido presidente e por não estar em funções públicas diretas. Me tolho de dizer as palavras que precisam ser ditas: ladrão é na cadeia”, disse Fernando Henrique, criticando ainda os que tentam transferir ao sistema político as irregularidades cometidas na administração pública.


 


Reclamando da falta de decência na política, o ex-presidente disse que “Alckmin é uma pessoa que não precisa não ter caráter para chegar perto do povo”.


 


“Não precisa ser macunaímico para dizer que é popular. Pode-se ser popular mantendo a tendência”, disse FHC, que encerrou o discurso novamente exaltando os convidados a trabalhar pela recuperação de Alckmin nas pesquisas.
“Vamos pegar fogo no Brasil, no bom sentido. Vamos liquidar essa diferença, vamos expor a nossa indignação por tanta porcaria que está no país”, afirmou.


 


Baixar o nível


 


Na avaliação do ministro da Articulação Política, Tarso Genro, as críticas de FHC representam uma forma de agressão ao próprio candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin. “O ex-presidente FHC está fazendo um esforço enorme para baixar o nível da campanha”, acusou.


 


“É um desrespeito interferir na campanha desta maneira para tentar incendiá-la, despolitizar o debate e desqualificar o processo democrático”, disse Tarso.


 


Tarso disse também que as críticas de FHC não surtem mais efeito: “Isso porque o povo sabe fazer diferença e derrotou FHC antes e derrotará agora também com a reeleição de Lula”.


 


Ele classificou FHC de “um presidente que foi abandonado por seus aliados, uma figura pública que não é requisitada, porque não chama votos e que presidiu um governo fracassado”.