Lula se torna o 1º presidente a visitar Cinemateca Brasileira

Nesta terça-feira (29/8), às 17 horas, o presidente Luiz Inácio Lula  da Silva vai ver de perto as obras de ampliação da Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP). É a primeira vez que um presidente brasileiro irá o local. A visita s

Aos 60 anos, a Cinemateca Brasileira ganhará ainda este ano nova sala de exibição e espaços para exposições. É uma das mais antigas do mundo e possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina.


 


São cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos, entre obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895.


 


Desde o surgimento, em 1946, como Clube de Cinema, a Cinemateca dedicou-se a recuperar, preservar e divulgar a memória do cinema brasileiro. Em 1948 ingressou na Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF) e, a partir de 1984, passou a atuar com a denominação de Cinemateca Brasileira. Atualmente é vinculada ao Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual.


 


Desde 1978, a Cinemateca conta com um laboratório de restauração devidamente equipado que foi reconhecido pela FIAF como um exemplo para as cinematecas latino-americanas.


 


Pré- Estréia


 


Macunaíma, clássica adaptação cinematográfica do romance homônimo de Mário de Andrade, será exibida em pré-estréia para convidados nesta terça-feira, às 21h30, no Cine Academia, em Brasília.


 


O filme é o primeiro da obra do cineasta Joaquim Pedro de Andrade a ser restaurado e será também o primeiro a ganhar relançamento comercial, previsto para o dia 15 de outubro em Brasília, Rio e São Paulo.


 


O projeto pioneiro de recuperação da filmografia completa do diretor cinema-novista inclui seis longas e oito curtas-metragens, entre eles os clássicos Garrincha, a Alegria do Povo (1963) e O Padre e a Moça (1965).


 


Foi resultado de um verdadeiro trabalho arqueológico de busca de originais e cópias dos filmes em arquivos espalhados pela França, Itália, Alemanha, Cuba, Bulgária, Estados Unidos e Portugal, e pelo interior do Brasil.


 


Até maio de 2007, quando Joaquim Pedro faria 75 anos, todos os seus filmes terão sido restaurados e virão integrar uma caixa de DVD.


 


“O importante é que esse programa vem contemplando a diversidade da produção nacional. Afinal, ele abrange desde a época do cinema mudo brasileiro a títulos do Cinema Novo e Cinema Marginal, sem deixar de lado produções com perfis mais comerciais”, afirma o secretário Orlando Senna.


 


O investimento do MinC na Cinemateca cresceu nos últimos quatro anos: de R$747 mil, em 2002 para R$3.179 milhões, em 2005, perfazendo um total de R$8.734.00 neste período. Entre 2003 e 2006, a Cinemateca contou ainda com recursos orçamentários de R$7.493 milhões, de agências de fomento tais como a Vitae apoio à Cultura, Educação e Promoção Social e o patrocínio de empresas com a utilização dos benefícios fiscais previstos na legislação federal de incentivo à cultura.


 


Restauro e recuperação


 


A Cinemateca Brasileira vem estabelecendo uma série de parcerias. Além do projeto de restauro das obras de Joaquim Pedro de Andrade, também serão recuperadas as obras de Glauber Rocha, dos acervos das empresas produtoras Vera Cruz, Primo Carbonari e Cinédia.


 


“O maior desafio da Cinemateca agora é continuar preservando parte significativa da cultura brasileira num contexto de constante modificação tecnológica”, acrescenta Orlando Senna.


 


Além de cuidar da recuperação de materiais do acervo da Cinemateca Brasileira, o Laboratório de Restauração também está envolvido em projetos externos, que são fruto de parcerias com produtores e pesquisadores.


 


Entre elas estão  a preparação dos materiais a serem digitalizados dos 14 filmes (1959-1981) do cineasta Joaquim Pedro de Andrade; a restauração analógica (filme para filme) de Limite, a partir da pesquisa de matrizes guardadas e da comparação entre elas e a restauração do acervo Glauber Rocha. Atualmente, estão sendo trabalhados os longas-metragens Barravento e A idade da terra.


 


A Cinemateca Brasileira e a Cinédia, a partir do convênio firmado com o Ministério da Cultura e com o Instituto para Preservação da Memória do Cinema Brasileiro, trabalham também na confecção de cópias e matrizes para a preservação de nove títulos da produtora carioca: Lábios sem beijos, Jovem Tataravô, Samba da Vida, Maridinho de Luxo, Sedução no Garimpo, Onde estás, Felicidade?, O Dia é Nosso, Tereré Não Resolve e Mãe.


 


Fonte: MinC