CNT/Sensus: Lula tem mais votos hoje do que na eleição de 2002

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu nas intenções de voto para a eleição de outubro e ampliou sua vantagem sobre os demais adversários, mostrou pesquisa do instituo Sensus nesta terça-feira. Desconsiderados os indecisos e nulos, o presidente

Os dados são da mais recente pesquisa Sensus, divulgada hoje pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).


 


Segundo a sondagem, a intenção de voto no candidato Lula subiu de 47,9 por cento para 51,4 por cento, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB), ficou praticamente estável, variando de 19,7 por cento para 19,6 por cento. A senadora Heloísa Helena (PSOL) também oscilou dentro da margem de erro da pesquisa, de 3 pontos percentuais, passando de 9,3 por cento para 8,6 por cento.


 


Desconsiderados os indecisos e nulos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria hoje 62,3% dos votos. É o percentual mais alto alcançado pelo petista até agora. O índice é maior, até mesmo, do que ele conquistou no segundo turno das eleições de 2002, quando venceu a disputa com 61,3% dos votos válidos.


 


Rejeição de Lula é a menor


 


O índice de rejeição ao presidente Lula, conforme a CNT/Sensus, é o mais baixo verificado até agora nas pesquisas do instituto Sensus, realizadas no período pré-eleitoral. 25,5% do eleitorado não votaria em Lula de jeito nenhum. No início de agosto, era 27%.


 


Já a rejeição ao candidato tucano, Geraldo Alckmin,  subiu e chegou a 42% na pesquisa divulgada hoje. Segundo o diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes, historicamente, quando o candidato atinge mais de 40% de rejeição está fora do jogo político.


 


O índice de rejeição da senadora Heloisa Helena é de 50,1%. Cristovam Buarque (PDT) tem o maior índice de rejeição entre os quatro candidatos, de 57,2%. Ele tem hoje 1,9% dos votos válidos. Segundo o instituto Sensus, os dois também estariam fora do jogo político hoje.


 


Guedes explicou que do total do eleitorado, 20% geralmente votam em branco ou nulo. Sobram, portanto, 80%, o que indica que um candidato com 40% ou mais de rejeição ''não emplaca''. ''O índice de rejeição de Alckmin indica que quanto mais ele é conhecido, menos as pessoas gostam dele. Ele também foi apresentado ao país juntamente com o PCC'', afirmou.


 


O cenário apontado pela pesquisa, segundo Guedes, indica que a reeleição do presidente Lula está consolidada. ''Analiticamente vejo que essa é uma eleição definida'', disse.


 


A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 22 e 25 de agosto, com 2.000 pessoas, em 24 Estados. A margem de erro é de até três pontos percentuais.


 


Ganhos macroeconômicos


 


Segundo Guedes, a base do crescimento do petista tanto nas intenções de voto para o primeiro turno quanto em uma provável segunda rodada ''são os ganhos macroeconômicos da gestão atual, que se sobrepõem ao problemas éticos gerados no campo político, como as denúncias de corrupção''.


 


Além de crescer para 51,4% na lista estimulada sobre as intenções de voto para o primeiro turno, Lula também abriu espaço – 4,2 pontos percentuais – no caso de ocorrer segundo turno. O presidente ficou com 56,7% ante os 30,8% do candidato tucano, Geraldo Alckmin. No levantamento realizado no começo do mês, o petista teve 52,5% e o ex-governador de São Paulo, 29,8%.


 


Se Lula disputasse um eventual segundo turno com a concorrente do PSOL, Heloísa Helena, o atual dirigente do país teria 61,5% e a candidata, 24,5%. Na pesquisa do início de agosto, esses percentuais correspondiam a 56,9% e 22,7%, respectivamente.


 


O presidente manteve também a maioria sobre Cristovam Buarque, concorrente ao Planalto pelo PDT – 61,5% ante 14,3%, nesta ordem. Na pesquisa passada, Lula obteve 67,1% da preferência do eleitorado e Cristovam, 12,8%.


 


Na análise de Guedes, a liderança consolidada de Lula é resultado dos ganhos macroeconômicos percebidos pela população, como geração de emprego, queda da inflação, programas sociais e correção do salário mínimo acima da inflação.


 


Ele citou ainda que pesquisas anteriores da CNT/Sensus apontaram que ''apenas'' 18% da população responsabilizava Lula como um dos agentes das irregularidades denunciadas no Congresso, como o caso do mensalão. ''Nesse contingente (18%), somente 6%, ou um terço, acreditava que Lula teria participado dos escândalos'', disse.


 


Sete de cada dez eleitores acreditam na vitória de Lula


 


A pesquisa CNT/Sensus mostra ainda que subiu de 59,3% para 69,2% o número de pessoas que acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pela coligação PT/PRB/PCdoB, vai ganhar as eleições. Desse total, 47,3% acreditam que o presidente vai vencer já no primeiro turno.


 


O número dos entrevistados que acreditam que o candidato tucano Geraldo Alckmin vencerá as eleições caiu de 12,3% para 9,3%, e o dos que acreditam na vitória da candidata do P-SOL, senadora Heloísa Helena (AL), caiu de 3% para 2,7%. Por seu turno, o número dos que não sabem ou não responderam caiu de 24,5% para 17,1%. A pesquisa revela, por outro lado, que 42,5% dos entrevistados acreditam na realização de um segundo turno das eleições, enquanto 10,2% não souberam ou não quiseram responder.


 


Coligação A Força do Povo tem melhor programa na TV


 


A pesquisa também perguntou aos eleitores sobre os programas eleitorais dos candidatos. Apenas 44,7% dos entrevistados assistiram a todos ou a parte dos programas eleitorais divulgados no rádio e na televisão desde 15 de agosto.


 


Dentre os que assistiram aos programas, 38,3% avaliaram o programa eleitoral da coligação A Força do Povo, do presidente Lula, como sendo o melhor, enquanto 30,8% apontaram o de Alckmin como o melhor. O da candidata do PSOL, Heloísa Helena, foi apontado como melhor por 13,2% dos que assistiram a ele, enquanto a avaliação do programa de Cristovam Buarque (PDT) obteve 1,7% de avaliação como melhor.



Esta é a primeira pesquisa CNT/Sensus realizada após o início da veiculação dos programas no horário eleitoral gratuito. Na avaliação de Ricardo Guedes, embora o programa de Alckmin esteja bem avaliado, não tem impactado nas intenções de votos do candidato. ''O programa do Alckmin está bem avaliado, mas não funciona'', afirmou ele.


 


Da redação,
Cláudio Gonzalez