JB/Sensus: Lula reconquista eleitores que a crise havia afastado

O levantamento, feito entre os dias 22 e 24 de agosto e divulgado na edição de ontem do JB, apontou um salto de 12,3 pontos percentuais – de 34,5% para 46,8% – em relação à pesquisa feita entre os dias 1º e 3. Boa parte deste avanço se deu entre os eleitores de maior poder aquisitivo da Zona Sul, faixa em que, até então, o petista tinha fraco desempenho. Nela, Lula subiu de 11,6% para 33,7%, uma diferença de 22,1 pontos percentuais.

Renato Lessa, cientista político do Iuperj, acredita que o crescimento de Lula no Estado se deve, fundamentalmente, à ''indigência'' da campanha dos outros candidatos, incapazes de crescer entre os eleitores indecisos. Dessa vez, explica, aqueles que votaram no petista em 2002 e se afastaram do presidente durante o escândalo do mensalão voltaram a apoiá-lo.

''Esse eleitorado votou no Lula pela primeira vez e ficou muito abalado devido à crise ética. Agora, está retornando já que os programas de TV não se distinguem muito'', avalia.

Fábio Reis, cientista político e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), concorda com a tese. Embora admita surpresa com o resultado, acha que pode estar havendo um ''refluxo realista'' das camadas mais informadas da opinião pública, as que mais reagiram ao noticiário sobre o mensalão.

''Tanto Alckmin quanto Heloísa Helena se mostram inviáveis. Lula está muito forte'', explica.

O cientista político diz ainda que este crescimento entre os eleitores mais esclarecidos pode se dar em outros Estados e criar um efeito ''bola de neve'', agregando muitos votos entre os que ainda estão indecisos nas camadas populares.

''O crescimento também pode significar uma reavaliação do governo, que tem dados positivos para mostrar'', diz.

Nas eleições para o governo do Estado, Lessa, do Iuperj, avalia que o candidato do PMDB, Sérgio Cabral, avançou na pesquisa de intenção de votos, de 37,5% para 40,4%, por ter conseguido se desvincular do casal Garotinho.

Na corrida para o Senado, a subida de Francisco Dornelles (PP), tecnicamente empatado com Jandira Feghalli (PCdoB), é atribuído à maior disponibilidade de recursos para a campanha.

Fonte: Jornal do Brasil