Lula em Guarulhos afirma: “Jamais trairei o povo desse país”

Em clima de emoção compartilhado com a multidão que compareceu ao comício realizado na noite de ontem (26), em Guarulhos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu: “Jamais trairei o povo pobre desse país. Porque quando olho pra vocês sinto confianç

Mais de 13 mil pessoas compareceram ao comício em Pimentas, bairro carente de Guarulhos, para apoiar a reeleição de Lula. A grande presença de público – uma constante nos comícios que o presidente tem realizado em todo o país – motivou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, a desafiar a oposição. “Sabe por que eles não fazem comício? Porque, sem showmício, eles nunca vão conseguir reunir o povo numa praça”.


 


O candidato do PT ao governo paulista, senador Aloizio Mercadante, também não perdeu a oportunidade de ironizar os adversários. “Alguém viu o FHC na campanha”?, perguntou à multidão, que respondeu em coro com um “não”. “E sabem por que eles escondem o FHC? É porque nem dá para comparar os oito anos dele com os quatro de Lula”, completou Mercadante.


 


Lula, por sua vez, disse que o seu governo está vencendo o preconceito daqueles que acreditavam que um metalúrgico não poderia presidir o país. “Esse era um preconceito generalizado. Mas, hoje, o povo tem orgulho de ter um trabalhador na presidência. Porque viu que basta trabalhar com seriedade, coração e inteligência para dar jeito no Brasil”.


 


Em seguida, o presidente destacou algumas das ações e programas de seu governo, como o Farmácia Popular, o Brasil Sorridente, o ProUni e as obras habitacionais e de saneamento. Em Guarulhos, lembrou, será inaugurado em setembro um hospital público com 180 leitos. E já está funcionando um campus universitário que, a partir de setembro, recebe seus primeiros 500 alunos. Lula também citou as ações de governo que tem beneficiado diretamente as mulheres, como o Pronaf Mulher, destinado às produtoras rurais, e a Lei Maria de Penha de proteção contra a violência doméstica.


 


Lula encerrou o comício pedindo votos para Mercadante, por entender que, com ele, poderão ser desenvolvidas novas parcerias entre a União e o governo estadual. Antes, o presidente havia recebido um documento das mãos de Gustavo Petta, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e de representantes dos movimentos secundarista e universitário, contendo sugestões para o programa de governo de um segundo mandato. Petta disse que, ao apoiar Lula, a UNE mantém a sua história de coerência. “A UNE tem uma trajetória de apoio aos candidatos que lutam em defesa do povo. E, ao mesmo tempo, sempre fomos oposição à direita, hoje representada por ACM, Borhaussen e outros que apoiaram a ditadura militar”.


 


A primeira oradora da noite foi a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que também ressaltou as ações de Lula em benefício da população mais carente, como o aumento do poder de compra e a redução dos preços da cesta básica, e das mulheres, como o Bolsa Família. Segundo ela, não foi por acaso que, na semana passada, o governo Lula conquistou a maior aprovação já registrada na história do Instituto Datafolha, cuja pesquisa de análise de aprovação foi iniciada em 1987.


 


O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, fez um dos pronunciamentos mais aplaudidos da noite. Segundo ele, é impressionante o ódio e o preconceito que certos setores destilam contra Lula, mas quem observar a história vai encontrar a explicação. “Todos os líderes populares desse país foram mortos, banidos ou exilados porque não queriam que as portas da política fossem abertas para o povo”. A aprovação popular do governo Lula estaria atraindo uma ira ainda maior “na medida em que apostavam no seu fracasso e ele provou, de uma vez por todas, que um trabalhador pode governar tão bem ou melhor que um empresário ou um doutor. Entender esse processo é fundamental para o fortalecimento da democracia brasileira”.


 


Por sua vez, o senador Eduardo Suplicy, candidato à reeleição, disse ter orgulho de ser um dos fundadores do PT, “um partido que nasceu para dar vez aos excluídos e que, com Lula, tornou esse sonho em realidade”.


 


Já o senador Aloizio Mercadante citou vários dados que comprovariam o que chamou de desgoverno tucano. Entre eles, o baixo crescimento econômico de São Paulo em comparação com o resto do país, a falta de oportunidades de emprego para os jovens e o caos na segurança. “Não conseguiram, em 12 anos, criar uma política que separasse o criminoso de alta periculosidade do criminoso comum. Com isso, transformaram as prisões em espaços de recrutamento de jovens para o crime organizado”.


 


Mercadante se comprometeu a criar uma nova política de segurança para o Estado e acabar com a Febem. “No meu governo, a educação será uma paixão. E o jovem vai segurar caderno e lápis e não um revólver”.